Aos 11 anos, uma adolescente engravidou após o pai a estuprar quatro vezes por dia. Shannon Clifton começou a sofrer os abusos do pai com apenas seis anos, e apesar de engravidar de quem supostamente deveria a proteger, hoje a jovem tem a missão de ajudar outras pessoas a enxergarem a luz no fim do túnel.
Atualmente, Shannon tem 19 anos, mas aos 11 deu à luz a uma criança fruto dos abusos cometidos pelo pai.
Após gerar o bebê, a jovem o colocou para adoção, mas alega que no futuro tem vontade de ter algum tipo de relacionamento com a criança.
Condenado, a 15 anos de prisão, Binman Clifton, de 36, acabou tendo a pena reduzida para dez anos nos últimos dias, o que causou pavor em Shannon, que pretende sair da cidade antes que o criminoso saia da cadeia.
Jovem escreve livro para contar sua história
Determinada em ajudar outras pessoas, Shannon trabalha para inspirar outros indivíduos com o seu livro, intitulado como O Monstro Que Eu Amei.
No livro, a ela conta que foi morar com o homem após os pais se separarem. “No começo foi legal, mas aí os abusos começaram. Eu chegava da escola em casa e ele começava a me bater. No final, eu apenas me acostumei com tudo”, relembrou.
De acordo com a vítima, a primeira vez que sofreu um abuso foi quando ela e o homem se mudaram para um apartamento.
“As agressões começaram a ficar sexuais. Teve uma vez que ele me estuprou no chão da sala. Eu tentei muitas vezes bloquear tudo para que não me lembrasse disso”.
Cheia de roxos, Shannon era obrigada a dizer na escola que os hematomas em seu corpo eram de brincadeiras com seus primos.
Após mudarem de cidade, os abusos cometidos pelo pai se tornaram mais e mais frequentes. “Foi quando tudo começou a piorar. Quando era mais nova, era apenas uma vez ou outra, mas depois começou a ser todos os dias. Várias vezes ao dia”.
Conforme a vítima, ela era abusada antes e depois da escola, e as vezes até no meio da noite.
“Apenas fui entender o que de fato era sexo quando tinha cerca de nove anos, pois estávamos aprendendo sobre na escola. Eu me lembro a primeira vez que minha professora disse que ninguém podia nos tocar nas partes íntimas, e eu pensei: ‘mas isso é o que meu pai faz comigo'”, conta a vítima.
Gravidez aos 11, 12 e 13 anos
Aos 11 anos, Shannon relembra que começou a notar mudanças em seu corpo, e foi quando se deu conta que estava grávida. “No começo não contei a ele, mas quando finalmente falei ele simplesmente me espancou. Era muito confuso. Eu era uma criança carregando uma criança”.
Com 28 semanas de gravidez, a jovem perdeu o bebê, mas pouco tempo depois ficou grávida novamente.
Para ela, o verão era a pior época do ano, já que com o calor da estação seu pai apenas a estuprava fora de casa em meio a campos e árvores.
“Ele prometia que seria melhor toda vez, e que nunca mais faria isso… Mas dava uma hora e lá estava ele novamente”.
Em 2013, Shannon engravidou novamente, e mesmo carregando uma criança os estupros continuaram, e a jovem apenas não cometeu suicídio pois pensava no bebê, e em como a criança iria sobreviver se não tivesse ela para a defender.
Segundo ela, o pai sempre dizia que iria matar o bebê quando nascesse, mas um certo dia a polícia foi acionada após a população local descobrir sobre a gravidez de Shannon.
Para a jovem, foi difícil ver o pai pela última vez mesmo após tudo que passou, já que ele era a única pessoa com quem ela conviveu durante sua vida.
Criança foi entregue para adoção
Logo depois da prisão do criminoso, Shannon foi encaminhada ao hospital, e no local enfermeiras descobriram que a jovem já estava com 39 semanas de gravidez.
Depois do parto, Shannon permaneceu com a criança durante um ano, mas o deu para adoção após se dar conta de que o menino precisava de uma vida melhor.
Com outro foco no momento, a garota estuda psicologia forense e planeja em breve lançar seu livro, além de inspirar pessoas a passarem pelas adversidades da vida.
“Você não vai superar o problema, mas você pode seguir em frente. Eu sei que eu mereço isso. As vezes você só precisa tirar boas coisas de situações ruins”, finalizou.