Líder do principal partido de direita da Itália, a Liga, o parlamentar Matteo Salvini saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro na manhã desta terça-feira, 4. Salvini pediu uma retratação do ex-embaixador italiano em Brasília, Michele Valensise, que criticou Bolsonaro e a condução da pandemia em um artigo publicado no mês passado.
Em artigo publicado na versão italiana do Huffington Post, Valensise – que além de embaixador em Brasília foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores da Itália – afirma que o Brasil está “pagando um preço muito alto pela desconcertante linha negacionista imposta pelo presidente Bolsonaro”. Ele também criticou a defesa do tratamento com cloroquina feita por Bolsonaro.
Em sua conta no Twitter, Salvini exigiu que o diplomata fizesse um pedido de desculpas ao presidente brasileiro. Na mesma publicação, compartilhou um artigo de opinião que critica a postura de Valensise e refuta os argumentos apresentados por ele.
“Mas parece normal para um ex (felizmente) embaixador insultar o presidente de um país amigo como o Brasil, Jair Bolsonaro, mostrando ignorância e nenhum respeito por milhares de mortes? Tenha vergonha e peça desculpas”, publicou nas redes sociais o líder da Liga.
A publicação de Salvini chegou à família do presidente. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)agradeceu o apoio do político italiano e saiu em defesa do pai.
“Obrigado Matteo Salvini. No início da pandemia a Suprema Corte do Brasil decidiu que quem determina lockdowns são governadores de estados e prefeitos, não o Presidente Bolsonaro. E Jair Bolsonaro está investindo contra a pandemia mais do que a média dos países desenvolvidos”, escreveu Eduardo.
Alvo da Justiça italiana
Matteo Salvini enfrenta um momento delicado junto a Justiça italiana. O senado autorizou, na semana passada, que o parlamentar seja julgado por ter bloqueado um navio que havia resgatado imigrantes em agosto de 2019, quando era ministro do Interior. O navio Open Arms ficou bloqueado durante 20 dias, com cerca de 150 imigrantes.
A votação no Senado não implica sua acusação direta, mas isso dependerá de uma audiência preliminar no Tribunal de Palermo, na qual será decidido se o líder da Liga será levado a julgamento ou, pelo contrário, arquivar o caso.