Levantamento divulgado pelo Instituto Caixa Seguros aponta que boa parte dos jovens brasileiros não têm noções básicas de saúde reprodutiva. Quase 70% dos entrevistados não sabem o período em que a mulher tem mais chances de engravidar e 42% não sabem que a camisinha é o único método que evita a gravidez e previne as doenças sexualmente transmissíveis (DST), simultaneamente. Ainda, 30% deles acreditam que o coito interrompido é um método contraceptivo eficaz.

Foram ouvidos 1.208 jovens com idade entre 18 e 29 anos em 15 estados e no Distrito Federal. O estudo contou com o acompanhamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Para a coordenadora do Instituto Caixa Seguros, Alice Scartezini, a falta de conhecimento entre os jovens brasileiros em relação à este tema provoca sérios impactos na saúde pública. Ela acredita que os dados explicam, em parte, as estimativas mais recentes do Ministério da Saúde, que indicam a realização de 728 mil a 1 milhão de abortos por ano no Brasil.

Ainda de acordo com o estudo, os resultados também têm reflexo no número de internações hospitalares –  cerca de 240 mil todos os anos, somente no Sistema Único de Saúde (SUS), para o tratamento de complicações decorrentes de abortos, gerando gastos da ordem de R$ 45 milhões por ano.

“O jovem está muito vulnerável, com um comportamento inadequado para fazer prevenção. No caso da saúde reprodutiva, a gente percebe que o conhecimento está mais comprometido ainda”, disse Alice. “A pauta das DST e da Aids entrou na vida dos jovens. Eles sabem sobre o assunto. Mas, quando se fala em gravidez, eles respondem com menos segurança”, completou.