Polícia não descarta crença religiosa como motivação; jovem foi encontrada com plástico na cabeça

Publicado em 17 abr 2019, às 00h00.

A Polícia Civil prendeu o pai de Jaqueline Carvalho Gonçalves dos Santos na noite desta terça-feira (16), em Curitiba, como principal suspeito do homicídio.

A jovem foi encontrada morta com um saco plástico na cabeça e uma meia na boca dentro residência, no Tatuquara, no dia 13 de dezembro de 2018.

Jovem foi encontrada morta com plástico na cabeça

Samuel Rosa Gonçalves, de 45 anos, teve a identidade revelada pela polícia, e foi apresentado a imprensa nesta quarta-feira (17).

Anteriormente, ainda na noite de ontem, a mãe da jovem foi ouvida e em seguida liberada.

Pai é suspeito e preso em Curitiba

De acordo com o delegado Victor Menezes, até o momento os elementos que provam que o suspeito estava presente na cena do crime são relatos de testemunhas. 

“Nós temos convergentes relatos que ele estava na cena do crime, enrolou o plástico na cabeça da vítima”.

Além disso, o delegado afirma que a perícia técnica diz ser impossível a vítima enrolar o plástico na própria cabeça.

É impossível terceiros terem invadido a casa para perpetrar o homicídio. O suicídio, com a perícia técnica, também foi descartado“, afirmou o delegado. 

Plástico tinha várias voltas

Conforme o delegado, o suicídio foi descartado principalmente pela polícia ter encontrado diversas voltas no plástico.

Foram várias camadas de filme plástico utilizadas para fazer a máscara mortuária da vítima”. 

Pelas condições pessoais e características de Jaqueline, Victor conclui que seria impossível ela fazer as voltas para executar a própria morte.

JAQUELINE FOI ENCONTRADA MORTA COM UM SACO PLÁSTICO NA CABEÇA (FOTO: REPRODUÇÃO/RICTV)

JAQUELINE FOI ENCONTRADA MORTA COM UM SACO PLÁSTICO NA CABEÇA (FOTO: REPRODUÇÃO/RICTV)

Mãe também foi ouvida

Ainda ontem, a mãe de Jaqueline, Vilma Carvalho dos Santos, também teve o depoimento coletado pela polícia, e se manteve firme ao que já havia dito em dezembro.

Segundo Vilma, ela não tem ideia de quem teria sido o responsável pela execução da filha, e afirma não ter nenhum envolvimento com o homicídio.

Além disso, o pai, apesar de ser apontado como principal suspeito, alega não saber o que aconteceu.

De acordo com ele, tudo estava normal na noite anterior, e a família teria inclusive ido a igreja, mas, em seguida, a menina acordou morta.

Suspeita de crença religiosa

A princípio, foi levantada uma hipótese de que o crime teria motivação de crença religiosa, entretanto, isso ainda não pode ser oficialmente confirmado. 

Em entrevista, Victor Menezes explica que o que pode ser apontado é que existia um conflito familiar.

Eu diria que é um conflito de gerações. Os pais são conservadores, a menina tinha um comportamento mais moderno, e existiam conflitos familiares anteriores ao evento”. 

Apesar da teoria não ter sido confirmada de maneira categórica, Menezes aponta que existe a suspeita de que o elemento religioso tenha sido o estopim de tudo.

Existiam conflitos familiares fortes, no seio da família e, no presente momento, essa é a hipótese investigatória mais forte que a gente tem”

Conforme a investigação, Jaqueline havia sido batizada na igreja há pouco tempo, e amigos disseram que ela tinha muito medo de cometer pecados. 

Pena prevista

A princípio, a pena prevista é homicídio qualificado pela asfixia. Ou seja, o delegado afirma que o meio empregado gerou muita dor à vítima.

“Portanto, é considerada uma conduta que a pena é mais forte, varia de 12 a 30 anos“, conclui.

Por último, Menezes conta que o estado emocional do suspeito ao ser preso não era um emocional desequilibrado. “É uma pessoa tranquila. É uma pessoa que vem sendo ouvida pela polícia de uma forma serena”.

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Relembre o caso

Na ocasião, a jovem foi encontrada morta com uma meia na boca e um plástico enrolado na cabeça.

Na residência, foi o pai dela, Samuel Rosa Gonçalves, quem encontrou a filha. A mãe, Vilma Carvalho dos Santos, a viu morta logo depois.

Conforme relato de vizinhos, na noite anterior todos tinham ido a um culto, como já era de costume.

Jaqueline morava com os pais e o irmão mais novo, de seis anos, no bairro Tatuquara, em Curitiba.

A vítima participava do grupo de jovens da igreja. Mas uma amiga, que preferiu não dar entrevista, contou que Jaqueline andava mais quieta e diferente dias antes da morte. Segundo ela, a jovem estava muito preocupada em não cometer pecados.

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