São Paulo, 5 – A JBS planeja investir R$ 8 bilhões em suas operações no Brasil entre os anos de 2020 e 2024, afirmou a companhia na quarta-feira, 4. Segundo o CEO global, Gilberto Tomazoni, os aportes não incluem aquisições de empresas, serão destinados à modernização e construção de novas unidades para ampliação de capacidade de produção com foco em aves e suínos, bovinos e negócios correlacionados – biodiesel, fertilizantes, colágeno, entre outras.
O executivo disse ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que os parceiros devem investir mais R$ 5 bilhões para atender a expansão decorrente dos investimentos da JBS somente no segmento de aves e suínos. Ou seja, o investimento de R$ 5 bilhões partirá dos parceiros e esse valor não faz parte dos R$ 8 bilhões que a JBS pretende investir em suas operações próprias. Os números fazem parte do plano estratégico de investimentos da empresa.
O executivo destaca que, por se tratar de uma estratégia de longo prazo, ela não é dependente de fatores externos como a continuidade da peste suína africana (PSA) na Ásia, que tem impulsionado a demanda internacional por carnes brasileiras. “Não é um aporte pontual, estamos falando de algo estrutural”, enfatiza. Para ele, o Brasil foi escolhido para receber os investimentos porque conta com uma série de vantagens industriais consideradas importantes. Até o momento, não há definição sobre aportes nas operações de outros países em que a JBS atua.
Parte dos recursos para que estes investimentos sejam realizados virá da geração de caixa da empresa e, segundo Tomazoni, existe a possibilidade de financiamento via bancos, mercado de capitais ou de crédito. “Os números que pretendemos aplicar na operação são grandes, mas a companhia também é grande”, afirmou. Para dimensionar a JBS, o CEO comenta que, atualmente, a empresa conta com 130 mil colaboradores no Brasil e, com estes aportes, outros 25 mil postos de trabalho diretos serão gerados.
Neste contexto, Tomazoni estima que a JBS deve encerrar o ano de 2019 com faturamento em torno de R$ 200 bilhões. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a receita líquida da companhia já atingiu R$ 147,39 bilhões. O melhor desempenho financeiro do ano, até momento, foi visto no terceiro trimestre, quando a empresa faturou R$ 52,184 bilhões.
No dia
Apesar da conjuntura positiva para a companhia, os ativos da JBS estiveram entre as principais baixas do Ibovespa no pregão da quarta-feira e os papéis ON recuaram 2,82%, a R$ 27,23.
De acordo com o analista da Ativa Investimentos, Illan Arbetman, o efeito negativo pode ter vindo da decisão da CVM de rejeitar acordo com os irmãos Batista para encerrar o caso sobre o uso indevido de jatinho da JBS. Wesley e Joesley propuseram pagar, cada um, pelo menos R$ 140 mil à empresa. “O papel acaba caindo porque o mercado tem receio quanto à influência dos irmãos Batista na companhia. Isso gera incertezas em relação à governança”, diz.