A alternância entre tempo aberto e pancadas de chuva deve ser a marca das próximas semanas em Mato Grosso e no Paraná, os dois principais produtores de grãos do Brasil. Essa condição pode promover interrupções momentâneas na colheita de soja, mas tende a beneficiar o desenvolvimento final das lavouras.

A safra brasileira de café do ciclo 2015/16 nem começou a ser colhida e o setor já volta suas preocupações para a próxima temporada, a 2016/17. A razão é que, pelo segundo ano consecutivo, o clima – quente e seco – castiga as lavouras brasileiras. Segundo o Conselho Nacional do Café, os cafezais apresentam baixo índice de desenvolvimento para a colheita do próximo ano, reflexo do clima desfavorável.
Com o avanço da colheita da soja, vão se confirmando as baixas produtividades que eram esperadas para as áreas que foram semeadas primeiro. Com tamanho abaixo do padrão e impactos da baixa umidade e forte calor, muitas lavouras não se desenvolveram bem.
 
Segundo o Cepea, as produtividades das áreas colhidas estão distintas inclusive numa mesma região, mas o que prevalece são rendimentos entre 25 e 30 sacas por hectare, especialmente no oeste do Paraná.

Além disso, algumas lavouras têm apresentado problemas com pragas e doenças. Apesar das preocupações com a produtividade desta temporada, os preços registraram novas quedas na última semana, numa combinação de pressão vinda do mercado externo e da desvalorização do dólar frente ao Real.
 
Com 65% das lavouras de soja ainda em fase de granação, a chuva continua sendo fundamental para garantir uma boa safra na região da Cocamar, que compreende as regiões noroeste e norte do Paraná, sudoeste do Mato Grosso do Sul e oeste paulista.
 
Mas, enquanto há lavouras com o ciclo atrasado, por conta da demora no plantio em razão do longo período de pouca chuva, a colheita já está começando em alguns municípios.