Centro de Combate ao Coronavírus em Araucária recebe nome de funcionária que morreu em supermercado

Publicado em 2 maio 2020, às 00h00. Atualizado em: 16 mar 2022 às 15h15.

A funcionária de um supermercado que foi morta enquanto trabalhava, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, foi homenageada pela prefeitura da cidade. Sandra Maria Aparecida Ribeiro agora é o nome do Centro Especial de Combate ao Coronavírus no município. O decreto foi assinado pelo prefeito Hissam Hussein Dehaini.

Funcionária de supermercado é homenageada

Sandra Maria foi morta no dia 28 de abril, após um disparo que aconteceu durante uma briga entre um funcionário da segurança privada do estabelecimento e um cliente. O homem, que estava sem máscara, tentou acessar o mercado, porém foi orientado por trabalhadores do supermercado que não poderia entrar sem o uso do equipamento.

Sem atender aos pedidos e depois de agredir um funcionário, o cliente sem máscara entrou em luta corporal com o segurança do local e um disparo atingiu Sandra Maria, que trabalhava como fiscal de loja. A mulher tentou fugir, mas, poucos metros após cruzar a porta do estabelecimento caiu no chão e morreu antes mesmo da chegada da equipe médica.

Agora, com assinatura do decreto número 34.476, do município de Araucária, Sandra Maria Aparecida Ribeiro é homenageada com o nome do centro de combate a covid-19, localizado na rua Doutor Guilherme da Motta Correia, no Centro da cidade.

Nota do advogado de defesa da vítima

Por meio de nota, o advogado Igor Ogar se posicionou favorável a manutenção da prisão do cliente que entrou em luta corporal com o funcionário da segurança do supermercado. Confira a nota na íntegra: 

“A Defesa da família da vítima, Sandra Maria Aparecida Ribeiro, se manifesta
favorável acerca da assertiva decisão do poder judiciário. Na conversão do
flagrante, em prisão prisão preventiva, do senhor Danir Garbossa.

As imagens de vídeos, de maneira inconteste e incontroversa. Restaram
evidentes, que após o senhor Danir ser interpelado de forma educada por um
funcionário do mercado Condor. Para que utilizasse uma máscara ao adentrar
ao mercado, visando proteção sua e de terceiros.

Inclusive ofertando de maneira gratuita, Danir já de forma agressiva, se recusa
a utilização da máscara, mostrando desprezo a legislação e a vida humana. De
forma traiçoeira e covarde, com uma das mãos segura o carrinho de compras
para distrair o funcionário do mercado, desferindo com a outra mão um soco
certeiro em sua face, o colaborador vem ao solo.

Como se não bastasse tamanha selvageria perpetrada por Garbossa, se
aproveitando talvez, de sua condição de idoso, investe contra um segurança
uniformizado, armado, o agredindo com inúmeros socos. Tentando inclusive de
forma ardilosa, tentando subtrair sua arma de fogo.

Ação que resultou na morte da única vítima nesse cenário, a senhora Sandra.
Lutaremos por justiça, para que o senhor Danir Garbossa, seja denunciado pelo
crime de homicídio, com dolo eventual, pois tinha plena consciência do que
estava fazendo, prevendo o resultado morte, pouco se importando com a
ocorrência.

Acreditamos no poder judiciário, o Tribunal do Júri, a mesma sociedade que
Garbossa colocou em risco naquele fatídico dia, deverá julgá-lo, se essa pessoa
tem condições mínimas de viver em sociedade, ou não.
Em relação ao vigilante, que também agiu com certa imperícia, deve responder
pelo crime de homicídio culposo.

Buscaremos também a responsabilização no âmbito indenizatório, de quem teve
parcela no desfecho desse traumático episódio.

Advogado da família da vítima. Dr Igor José Ogar”