O governador Beto Richa liberou nesta sexta-feira (2) recursos de cerca de R$ 1,2 milhão para que as prefeituras das regiões de Umuarama e Cianorte, no Noroeste, invistam na agricultura. As verbas serão aplicadas em projetos de melhoria da fertilidade dos solos, adequação de estradas rurais e genética na pecuária animal. As ações vão beneficiar cerca de 2 mil agricultores.
A maior parte dos recursos, R$ 903 mil, será destinada à compra de calcário pelas prefeituras. O insumo, utilizado para a correção dos solos, melhora a produtividade agrícola. O volume a ser comprado será definido em licitação conduzida pelas prefeituras. Outros R$ 340 mil serão liberados para a compra de óleo diesel e mais R$ 55 mil para equipamentos do programa de apoio à melhoria da cadeia produtiva da pecuária leiteira.
No município de Douradina, Richa inaugurou a ampliação da escola municipal Drummond de Andrade (que atende cerca de 800 crianças), entregou dois resfriadores que serão utilizados por 20 produtores de leite, liberou R$ 285 mil para a construção de galerias pluviais e outros R$ 49 mil para a compra de calcário. “Temos inúmeros pequenos agricultores que produzirão mais e com melhor qualidade aplicando calcário para a correção do solo. O governo está olhando para quem mais precisa”, disse o governador.
“São iniciativas que estimulam a inovação e a adoção de práticas para a produção sustentável e o aumento da competitividade”, destacou o secretário da Agricultura Norberto Ortigara. “Esses equipamentos vão evitar que muito produtores sofram prejuízos ao ter o leite estragado por causa do calor”, afirmou o prefeito de Douradina, José Carlos Pedroso.
Em Iporã, Richa liberou R$ 180 mil para recape asfáltico no centro da cidade e R$ 69 mil para aquisição de calcário. “Serão adquiridas 600 toneladas do insumo para fruticultores, produtores de leite e hortifrutigranjeiros”, disse o prefeito Cassio Trovo.
O governador também liberou recursos para uma obra de 500 metros de galerias pluviais e R$ 40 mil para a compra de calcário em Francisco Alves (que vai beneficiar 100 produtores). “É um incentivo para que os pequenos produtores continuem trabalhando. O calcário era uma reivindicação antiga na região”, destacou o prefeito Valter Cesar Rosa.
O agricultor João de Lima, de 68 anos, espera aumentar a produção de mandioca depois de receber o calcário. “Hoje, a média de produção é de 80 toneladas por alqueire ao ano. Depois da aplicação, espero colher 120 toneladas. Vou tirar a mandioca de baixa qualidade, aplicar o calcário e esperar no ano que vem a boa produtividade”, disse.
DEMANDA REPRIMIDA – De acordo com o Ortigara, o calcário constitui fator fundamental no incremento de renda ao agricultor. “Há mais de uma década, acumulou-se uma demanda reprimida de calcário por parte dos produtores paranaenses, principalmente entre os agricultores familiares. Agora, o Governo do Estado, dentro de suas possibilidades, está fazendo o repasse do insumo via prefeituras”, explicou.
Segundo Ortigara, o programa prioriza a distribuição e uso do calcário a agricultores familiares mais carentes, em localidades com elevada taxa de pobreza, onde existam comunidades indígenas e quilombolas e que tenham microbacias planejadas dentro das práticas conservacionistas de uso e manejo de solo e água.
O programa, executado pela Secretaria da Agricultura, prevê que os agricultores beneficiados recebam a devida assistência técnica (do município ou da Emater) como forma de assegurar a correta aplicação e o adequado manejo e conservação do solo. Também devem ser feitas análises de solo antes da distribuição de calcário.
Num conjunto de práticas conservacionistas preconizadas pela secretaria, o uso do calcário proporciona inúmeros benefícios, como a elevação da fertilidade dos solos e a neutralização de elementos tóxicos que podem prejudicar o desenvolvimento das lavouras.