José Carlos dos Santos, 24 anos, é um homem que conhece como poucos o dia a dia de uma delegacia. Da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), situada na Vila Izabel, em Curitiba, ele sabe como funciona o sistema de visitas, como é distribuída a alimentação, que tamanho têm as celas, quantas pessoas as estão ocupando e até o nome de delegados e investigadores que trabalham lá. Tanta intimidade com o local fez Santos, que já esteve preso por um mês na DFRV por receptação achar que podia enganar as pessoas e dizer que era um policial civil.

O golpe “colou” até a manhã desta quinta-feira (13), quando ele foi preso, em casa, na Rua Fernando de Souza Costa, no Fazendinha, em Curitiba, por policiais civis verdadeiros, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

Segundo o delegado titular do Cope, Amarildo José Antunes, explicou que os policiais começaram a investigar o falso policial quando receberam uma denúncia de que um policial da DFRV estaria extorquindo comerciantes no Fazendinha.

Uma dona de estabelecimento comercial chegou até a ser ameaçada. “Durante a abordagem, ele se identificou como policial, mas não enganou os policiais verdadeiros. Ele estava com um simulacro de pistola muito parecida com o que a Polícia Civil realmente usa”, contou Antunes.

Na casa de Santos, os policiais encontraram um verdadeiro “kit policial civil”. “Ele tinha tudo que um policial civil de verdade teria. Encontramos camisetas pretas da Polícia Civil, duas capas de coletes balísticos, uma algema, coldres, uma lanterna e uma carteira com a insignia da instituição”, contou Antunes, lembrando que na casa também foi encontrada uma carteira funcional do Poder Judiciário com a foto de Santos e munições.

O falso policial responderá pelos crimes de falsidade ideológica e porte de munição de calibre restrito.