Facebook remove rede de fake news ligada a gabinetes da família Bolsonaro

por Redação RIC.com.br
com informações do Estadão
Publicado em 8 jul 2020, às 17h47. Atualizado em: 15 set 2020 às 07h09.

O Facebook removeu uma rede de fake news que funcionava através de contas e páginas. As contas removidas foram de pessoas ligadas ao Partido Social Liberal (PSL) e gabinetes da família Bolsonaro, que envolvem o presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. 

Segundo o Facebook, as contas foram removidas porque estavam envolvidas com “comportamento inautêntico no Brasil”. Além dos nomes já citados, também foram removidas contas dos deputados estaduais pelo PSL do Rio de Janeiro Anderson Moraes e Alana Passos. 

Em alguns casos, o Facebook também identificou que os responsáveis tentavam ocultar suas verdadeiras identidades. Apesar disso, a rede social fez um trabalho investigativo e confirmou que as contas eram usadas por determinadas pessoas. 

Conforme o Facebook, que também responde pelo Instagram – o qual também teve contas removidas -, o grupo usava combinações de contas duplicadas e também contas falsas para que não fosse descoberto pelos radares da plataforma.

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Uma das páginas que foi removida pelo Facebook. Foto: Divulgação.

O Facebook não divulgou as contas removidas, mas na imagem usada como exemplo de alguns dos conteúdos divulgados, foi possível ver algumas páginas que tinham ligação com política e Bolsonaro.

“A atividade incluiu a criação de pessoas fictícias fingindo ser repórteres, publicação de conteúdo e gerenciamento de Páginas fingindo ser veículos de notícias“, disse o Facebook em comunicado.

Veja o que foi removido pelo Facebook por fake news:

– 35 contas apagadas, 14 Páginas e 1 grupo no Facebook (com 833 mil seguidores ao todo e o grupo com 350 pessoas);
– 38 contas no Instagram (com 917 mil seguidores ao todo);
– Cerca de 883 mil pessoas seguiam uma ou mais dessas páginas no Facebook.

Contas e conteúdo removido por fake news

Conforme o Facebook, foram gastos US$ 1,5 mil em anúncios por essas páginas, valores que foram pagos em real, o equivalente a quase R$ 8 mil na cotação atual. Os conteúdos eram sobre política como memes, críticas à oposição, organizações de mídia e jornalistas. Tinha também conteúdo relacionado à pandemia.

Ainda de acordo com a rede social, alguns dos conteúdos publicados foram removidos automaticamente, tanto do Facebook como do Instagram. Estes conteúdos teriam violado a política interna das redes sociais, alguns deles até mesmo por discurso de ódio. O trabalho da imprensa, divulgando as postagens falsas, ajudou o Facebook nessa investigação.