São Paulo, 8 – A exportação de carne bovina cresceu 11% em volume no acumulado do ano, até outubro. Foram embarcadas 1,471 milhão de toneladas, em comparação com 1,328 milhão de t de janeiro a outubro de 2018. A receita cambial subiu 8% entre os dois períodos, saindo de US$ 5,3 bilhões em 2018 para US$ 5,7 bilhões em 2019. Os dados são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou as informações da Secex, do Ministério da Economia.
Para a Abrafrigo, o prognóstico é o de que essa movimentação no mercado internacional se mantenha até o fim do ano, época em que as vendas geralmente são mais fortes, proporcionando um novo recorde histórico de vendas do produto em 2019, com crescimento que pode ser um pouco acima dos 10%.
Segundo a entidade, para 2020, estes números podem evoluir mais, com a entrada de novos mercados, como a Indonésia, e alguns países do sudoeste asiático, além da possibilidade de, finalmente, os Estados Unidos abrirem novamente seu mercado para a carne in natura brasileira.
A Abrafrigo destaca que, embora a China venha apresentado um crescimento surpreendente nas suas compras de carne bovina brasileira neste fim de ano, por causa sobretudo do aumento do número de novas plantas exportadoras, ela não está sozinha no crescimento das vendas do produto. Pelo menos cinco países estão mantendo um crescimento forte e contínuo nas suas aquisições: Rússia (+ 694%), que voltou a adquirir o produto em 2019, Emirados Árabes (+175%); Turquia (+509%), Filipinas (+43%) e Uruguai (+84%).
Entre os 20 maiores importadores da carne bovina in natura e processada do Brasil, apenas quatro diminuíram suas aquisições em 2019, até outubro: Hong Kong (-12,8%); Irã (-22%); Arábia Saudita (-1,1%) e o Reino Unido (-17,3%). Até mesmo os Estados Unidos, que mantiveram a proibição de importação de carne bovina in natura do Brasil em novembro, elevaram suas compras de carne processada em 16,1%.
A Abrafrigo salienta que a China comprou 65 mil toneladas de carne bovina do Brasil em outubro ante 31 mil t em igual mês de 2018 (+110%), um recorde mensal.
Conforme a Abrafrigo, as compras serviram sobretudo para compensar as reduções que vem ocorrendo nas aquisições pela Cidade Estado de Hong Kong, numa política estabelecida pelo governo chinês de concentrar gradativamente suas importações nas operações pelo continente. Como consequência disso, as compras totais chinesas até outubro alcançaram 603.751 toneladas e pela primeira vez superaram as importações do ano passado (585.291 toneladas, até outubro), significando um crescimento de cerca de 3% ou 18.460 toneladas.
De acordo com a associação, a China está representando menos para o Brasil nos negócios com carne bovina em relação ao ano passado: de janeiro a outubro de 2018 as compras chinesas representavam 44,1% da movimentação de carne bovina in natura e processada pelo Brasil e, em 2019, até outubro, correspondiam a 41% do total.