Argello está preso desde abril deste ano. Ele responde por corrupção passiva, concussão, lavagem de capital, organização criminosa e obstrução à investigação
O ex-senador Jorge Afonso Argello, conhecido como Gim Argello, do PTB-DF foi interrogado nesta sexta-feira (26) pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato na primeira instância, na Justiça Federal, em Curitiba. Argello até chorou ao negar que tenha pedido propina aos empreiteiros investigados na Lava Jato para que eles não fossem convocados para Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014.
“Eu cumpri meu mandato com muita honra. Não sou isso que o Ministério Público coloca, que fui desonesto. Eu vi o senhor colocando que eu tenho histórico criminal, mas excelência, eu não tenho histórico criminal. Eu respondo uma ação por causa de uma emenda parlamentar de 2008. Outra ação que eu respondo é que quando era presidente da Câmara eu mudei de 108 funções administrativas que a Câmara tinha, tireiquatro funções e coloquei como advogados da Casa”, contou Argello.
O ex-senador está preso desde abril, quando a 28ª fase – batizada de Operação Vitoria de Pirro – foi deflagrada. Ele responde pelos crimes de corrupção passiva, concussão, lavagem de capital, organização criminosa e obstrução à investigação.
Segundo a força-tarefa, Argello é um dos políticos com interlocução no Palácio do Planalto que tem acesso direto a todas as lideranças partidárias. No entanto, o ex-senador nega as acusações. Chorando, ele afirmou que sempre apoiou a Lava Jato.
“Eu nunca tinha ido a uma delegacia, nunca tinha passado por isso. Sempre apoiei a operação e continuo apoiando. Eu não sou desonesto”, disse Argello.
No depoimento de delação premiada, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que integrantes da CPI Mista da Petrobrás, encerrada em 2014, recebiam propina em dinheiro vivo para evitar a convocação de empreiteiros investigados na Lava Jato. O senador citou Gim Argello (PTB-DF), então vice-presidente da comissão, como integrante do núcleo responsável pela extorsão.