Washington, 22 – A Monsanto concordou em pagar US$ 10,2 milhões em indenizações e se declarou culpada por pulverizar um defensivo agrícola proibido no Havaí, informou o Departamento de Justiça dos EUA na noite de quinta-feira. A pasta disse que a Monsanto, adquirida pela Bayer em agosto do ano passado, pulverizou o agrotóxico Penncap-M em culturas de pesquisa em Maui, Havaí, apesar de o produto ter seu uso proibido desde 2013 pela Agência de Proteção Ambiental.
Segundo o órgão, a Monsanto enviou funcionários de volta à área depois de sete dias, embora a empresa soubesse que ninguém deveria entrar na região por 31 dias. “A conduta ilegal nesse caso representa uma ameaça ao meio ambiente, às comunidades vizinhas e aos trabalhadores da Monsanto”, disse o advogado dos EUA, Nick Hanna.
A Monsanto estabeleceu um acordo de processo diferido por duas acusações criminais de armazenamento ilegal de Penncap-M, que é considerado um “resíduo perigoso agudo”. Pelo acordo, o governo rejeitará os crimes em dois anos se a Monsanto seguir os termos acordados e manter um programa de conformidade ambiental em todos as suas unidades no Havaí. A Monsanto também pagará uma multa criminal de US$ 6 milhões, US$ 4 milhões em pagamentos de serviços comunitários e uma multa adicional de US$ 200.000.
A acusação de culpa da empresa se soma a uma série de questões legais que a controladora da Monsanto, a multinacional alemã Bayer, enfrenta envolvendo os produtos químicos da adquirida. Somente com o Roundup nos Estados Unidos, herbicida à base de glifosato, a companhia enfrenta processos judiciais com cerca de 42,7 mil demandantes, número atualizado em 11 de outubro pela própria companhia. A empresa contesta esses veredictos e afirma que análises científicas e regulatórias comprovam a segurança do Roundup. A multinacional alemã perdeu os três primeiros julgamentos em tribunais norte-americanos envolvendo o herbicida. Fonte: Dow Jones Newswires