Entenda a polêmica sobre ONG que estaria "despejando" moradores em situação de rua em Rolândia
Na noite de sexta-feira (20), a prefeitura de Rolândia, norte do Paraná, registrou um Boletim de Ocorrência após receber denúncias de que moradores em situação de rua estariam sendo “despejados” na cidade. Duas testemunhas flagraram uma Kombi de outra cidade da região deixando as pessoas e saindo, logo em seguida. Entretanto, a instituição denunciada nega o caso e explicou o que teria acontecido.
O secretário de Assistência Social de Rolândia, Diego Silva, informou que há 60 dias, um projeto de abrigo da cidade já havia denunciado o mesmo fato. Desta vez, duas testemunhas viram a ação e relataram a atitude. Na ocasião mais recente, teriam sido deixadas seis pessoas perto da rodoviária de Rolândia.
“Jogaram nós na perua lá em Cambé. Eu nem queria vir para cá, era para outro lugar. Estava tipo despejando nós para qualquer lugar”,
conta um dos homens deixados em Rolândia.
O caso foi denunciado à Polícia Militar e o secretário afirmou que levará o caso ao Ministério Público do Paraná. Porém, o Lar Santo Antônio, ONG que está sendo acusada, explica que a situação era diferente. A irmã Aparecida Jardine, presidente do Lar, contou que, realmente, as seis pessoas deveriam ser transportadas até a rodoviária de Rolândia, já que receberam dinheiro para passagens para viajarem até Arapongas, Apucarana e Maringá. Uma delas seria deixada na casa da própria família, em Rolândia.
“Esta não é a conduta do Lar Santo Antônio e nem do Abrigo Padre Manoel. Quando a pessoa vai até a rodoviária de Rolândia, ele vai, primeiro, porque aqui [Cambé] está tendo dificuldade de entrar ônibus […]. O acolhimento do Abrigo Padre Manoel não está sendo feito regularmente devido à restrição da pandemia. Quando as pessoas chegam, o que fornecemos? Ajudamos como podemos, com alimentação, com higiene para que não viajem sujos. Nós oferecemos transporte, naquele dia, até Rolândia, porque queríamos que eles chegassem mais cedo aos seus destinos”,
explica a irmã Aparecida Jardine.
E entidade lamenta o mal entendido.