Coronavírus no Brasil: Bolsonaro diz que empenho para achatar a curva foi praticamente inútil

por Redação RIC.com.br
Editado por Lucas Sarzi.
Publicado em 1 maio 2020, às 00h00.

Na véspera do Dia do Trabalhador, celebrado nesta sexta-feira (1), o presidente Jair Bolsonaro lamentou que “grande parte da população” esteja proibida de trabalhar, por causa do isolamento social e do fechamento do comércio em função da pandemia de coronavírus. Ele voltou criticar a adoção dessas medidas e avaliou que elas não fizeram efeito na contenção da curva de contaminação.

Medidas de isolamento social, como fechamento de comércio não essencial, suspensão de aulas presenciais e aglomerações, estão entres as principais ações defendidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As mesmas orientações são adotadas por autoridades sanitárias de vários países, como forma de conter o avanço da covid-19.

O Brasil contabiliza mais de 85,3 mil casos oficiais notificados e quase 6 mil mortes pela novo coronavírus, segundo atualização mais recente do Ministério da Saúde. Apesar disso, Bolsonaro voltou a defender que as pessoas têm que voltar às ruas.

“Eu já disse, 70% da população vai ser infectada. Pelo que parece, pelo que estamos vendo agora, todo o empenho para achatar a curva praticamente foi inútil. Agora, efeito colateral disso: desemprego”, disse Bolsonaro.

Segundo o presidente, “o povo quer voltar a trabalhar. Todo mundo sabe que, quanto mais jovem, menos problemas tem de ter uma consequência danosa em sendo infectado pelo vírus”, afirmou Bolsonaro durante sua live semanal, transmitida pelo Facebook.

Nomeação de amigo para direção da Polícia Federal

Durante a live, Bolsonaro voltou a defender a nomeação de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal. Ele também fez um apelo para que o Supremo Tribunal Federal (STF) reveja a decisão que suspendeu a indicação e posse do delegado no cargo, feita na manhã de quarta-feira (29), pelo ministro Alexandre de Moraes.

Eu faço um apelo ao ministro do STF, aos demais ministros, não é por mim, é pela vida pregressa desse homem, pelo seu passado, por tudo aquilo que ele já fez pela pátria, no combate à corrupção, no combate à criminalidade , que reveja essa situação para que ele possa assumir”, disse o presidente, depois de ler O currículo de Ramagem.

Na decisão, o ministro citou declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que ao deixar o cargo na semana passada acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF. Ramagem é próximo da família do presidente e atuou em sua segurança pessoal, após a vitória no segundo turno das eleições.