Depois de 22 dias, greve dos caminhoneiros no Paraguai chega ao fim

por Julia Cappeletto
com supervisão de Giselle Ulbrich
Publicado em 19 ago 2021, às 22h52.

A greve dos caminhoneiros no Paraguai, que já completava 22 dias, chegou ao fim nesta quinta-feira (19), após a assinatura da Lei de Entendimento Operacional. A lei foi assinada durante a reunião com a Federação dos Caminhoneiros do Paraguai e do Comitê Técnico de Transporte de Carga do governo paraguaio. Os manifestantes se comprometeram em sair ainda nesta quinta-feira das rodovias ocupadas próximas à Assunção, capital do país.

A notícia do fim da paralisação foi anunciada nas redes sociais pelo Vice-ministro de Tributação do Ministério da Fazenda do Paraguai, Óscar Orué.

“Uma Lei de Entendimento Operacional foi assinada como resultado da reunião do Comitê Técnico de Transporte de Carga e a Parada dos Caminhoneiros foi suspensa. Obrigado a todos os participantes do Comitê por resolver este conflito”.

Tradução do texto publicado por Óscar Orué, Vice-ministro de Tributação do Ministério da Fazenda do Paraguai
(Foto: Redes sociais)

Prejuízos

A greve dos caminhoneiros paraguaios, iniciada em 28 de julho, gerou um prejuízo milionário para as transportadoras brasileiras que atuam no país vizinho, segundo o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Foz do Iguaçu e região (SindiFoz).

De acordo com o sindicato, o prejuízo chega a R$ 1,7 milhão por dia de frota parada. Além disso, o Sindicato afirma que pelo menos 4,5 mil caminhões já aderiram à greve.

“Esses caminhões, mesmo parados, têm custos operacionais normais. Hoje a gente está com uma estimativa de R$ 1,7 milhão por dia de custo de caminhão parado na fronteira, fora os valores de mercadoria que ficam parados e outros setores que estão sendo afetados.”

Rodrigo Atílio Ghellere – presidente do SindiFoz

Para o setor de laticínios do Paraguai, as vendas de produtos diminuíram de 20 a 30% desde o início da paralisação. A Associação Paraguaia da Indústria Láctea (Capainlac) afirmou que os prejuízos são referentes ao atraso na entrega dos produtos, por conta do fechamento das rodovias pelos caminhoneiros.

Reivindicações

Os caminhoneiros paraguaios pediam pela a aprovação da Lei dos Fretes, que fixa um ganho de 25% sobre valor do frete de cargas. Ainda, o setor pede pela baixa do diesel, que tem tido um aumento constante no país.