Um dos advogados responsáveis por defender os quatro rapazes acusados de violentar e matar a jovem Tayná, em Colombo, afirmou que a garota estava viva no momento em que os homens foram presos. Segundo Roberto Rolim de Moura, não existe um laudo que comprove este dado, porém, a informação partiu do próprio Instituto de Criminalística e a fonte é confiável. “Os laudos disponíveis no momento ainda não são suficientes para provar essa informação, mas eu pretendo pedir um exame complementar para especificar a hora da morte da vítima”, afirma Moura. Ele garante que terá muita resistência para comprovar este fato e que, após sua confirmação, a defesa pretende desmantelar toda a linha de investigação.

O defensor aponta ainda diversas falhas no processo. Morim afirma que as principais pessoas envolvidas no caso não foram ouvidas pela polícia. “A última pessoa com quem Tayná teve contato, a amiga Brenda, não prestou depoimentos. O garoto Gabriel também não foi ouvido pela polícia. Não foi colhido o depoimento nem mesmo da mãe da jovem”, questiona.

A defesa trabalha com a hipótese de crime passional. Para o advogado, a jovem se envolveu com alguém mais velho, o que acabou despertando a ira de alguém. “Acredito que houve um encantamento por parte da jovem por uma pessoa mais velha, até pela própria idade. Em razão disso, dias antes do crime ela perdeu aulas e faltou ao trabalho no salão. Não estou culpando a própria Tayná pelo que houve. Ela é a vítima. O que eu quero é esclarecer as falhas durante todo o processo de investigação. Qual a motivo de estabelecer segredo de justiça em uma investigação que não tem nada de real”, questiona.

Sobre a denúncia tardia de tortura por parte dos acusados, mesmo quando o caso tomou proporções midiáticas, o advogado afirma que isso só não foi feito antes em razão da falta de um defensor que representasse os quatro suspeitos. Enquanto estavam sob a custódia da polícia, eles continuariam apanhando até o momento em que se concretizasse o rótulo de culpados sobre eles. Todos são réus primários, afirma o defensor.

Roberto Moura afirma que não pretende entrar com o pedido de soltura nas próximas horas e que, sua prioridade agora, é garantir a integridade física de seus clientes.  “A prisão é ilegal, mas a prioridade que eu tenho hoje é a de preservar o estado de saúde deles”.

Outro lado

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, o órgão não está mais se pronunciando sobre os exames e laudos deste caso, e todos os resultados estão sendo repassados diretamente ao Ministério Público do Paraná.

O Ministério Público, por sua vez, reafirma a posição divulgada em nota na última segunda (8). De acordo com o comunicado, os referidos autos vêm sendo analisados pela 2ª Promotoria de Justiça, que já solicitou diligências complementares à Autoridade Policial. Além disso, já foram solicitados documentos do Instituto de Criminalística do Estado do Paraná.

A Promotoria informa, ainda, que as denúncias veiculadas sobre ocorrência de tortura dos suspeitos serão investigadas em procedimento independente, que não tem relação com a investigação do crime que vitimou Tayná.

Por fim, a Promotoria de Justiça frisa que os autos tramitam em segredo de Justiça, em razão da natureza do crime (crime contra a dignidade sexual), bem como a qualidade da vítima (vítima adolescente), sendo vedada expressamente a divulgação de dados e detalhes sobre o caso.