Da pobreza ao luxo: primeira-dama do tráfico de Paranaguá está foragida

por Mônica Ferreira
com informações do Daniel dos Santos repórter da RICtv, Curitiba e supervisão de Daniela Borsuk
Publicado em 21 dez 2021, às 16h49. Atualizado em: 16 mar 2022 às 14h20.

Jennifer Rovero, de 23 anos, está sendo procurada pela Polícia Civil. A jovem se envolveu com um dos traficantes mais temidos da cidade de Paranaguá, no Litoral do Paraná, o Robson de Oliveira, de 36 anos. A suspeita é que o casal, que faz parte de um esquema milionário, esteja no Paraguai.

De acordo com a reportagem da RICtv, a história de Jennifer é polêmica, pois a jovem, que vendia marmita para ajudar a família, passou a ostentar uma vida de luxo promovida pela venda de drogas e violência.

Entenda o caso

Em outubro deste ano, a polícia realizou uma operação para acabar com a quadrilha de traficantes comandada por “Robinho”. Apenas Kadu, irmão de Jennifer, foi preso na operação. O casal de traficantes e mais 16 pessoas estão foragidos.

De acordo com as investigações, o casal movimentava uma quantia de dinheiro que não era ocultada com facilidade. Então, investiam na compra de bens, baladas e restaurantes.

“Isso acaba possibilitando realmente a obtenção daqueles elementos que corroboram a tese inicial de que esses indivíduos se dedicavam à traficância. É muito gasto que não condiz com a capacidade financeira declarada”,

disse o delegado Nilson Diniz.

A vida da jovem começou a mudar no início de 2020, após conhecer “Robinho” em uma casa noturna, se tornando a primeira-dama do tráfico, deixando-o usar sua conta bancária para depositar dinheiro do tráfico.

“Obviamente ela entra nesse cenário a partir do momento que o companheiro foi investigado. Como eu mencionei, no primeiro momento ela fornecia a conta bancária dela para que esse dinheiro fosse operado, para receber os valores referentes à venda de drogas. Em determinado momento ela passa a realizar essa cobrança pessoal a esses traficantes menores”,

disse o delegado.

Em uma única movimentação financeira identificada pela polícia, o grupo recebeu R$ 1,4 milhões, pagou despesas e obteve lucro de R$ 725 mil. A suspeita é de pelo menos duas movimentações desse montante por mês, resultando em R$ 1,5 milhões.

Homicídios em Paranaguá

De acordo com o delegado, não há qualquer elemento que aponte para o envolvimento do casal com os homicídios pela cidade.

“Embora saibamos que a maioria dos homicídios ocorridos em Paranaguá orbitam em torno da traficância, mas importante mencionar também que foram apreendidas sete armas de fogo, não em posse desse casal obviamente, mas essas armas de fogo vão ser confrontadas com projetis extraídos dos corpos das vítimas e pode ser que também ajudem a perícia técnica a elucidar alguns crimes, tanto acontecidos no ano de 2021 quanto 2020”,

pontua.

Ainda de acordo com informações do delegado, os próximos passos da investigação são identificar e prender os  fornecedores e os chefes da quadrilha, que promoviam a entrega de cerca de 300 kg de drogas por viagem.