CORTINAS DE FUMAÇA
MINUTO DO RIVA: CENSURA E GUERRA – COISAS ARCAÍCAS
SOBRE A POLÊMICA DO FILME
O filme “como se tornar o pior aluno da escola”, baseado em livro homônimo de Danilo Gentili, é humor pastelão, de segunda categoria, todavia, divertido e exagerado, como qualquer filme do Jean Carrey ou do Adam Sandler.
A cena é de humor mal feito, de péssimo gosto, uma ofensa à comédia. Não pode ser analisada fora do contexto. Assista primeiro, depois comente. Porém, PROIBIÇÃO, nunca. O vilão é satirizado, ridicularizado, para compreendermos que isso existe, de fato. O humor também choca. Ali é o contrário da apologia, é o escárnio para nos alertar. A decisão é minha pelo controle remoto, não está em TV aberta, a classificação indicativa é de 14 anos, respeitando os critérios do MJ. Não há crime nisso. Estranho é ver apoiadores do governo, que se pautam pela moral e bons costumes, apagando postagens de 2017, quando lá riam do filme. No passado, Danilo parecia alinhado ao Bolsonaro, Porchat sempre foi “lulista”, algo péssimo – a personalização ideológica, não importando o lado. Então, tudo valia e era possível, afinal, estava o escritor e principal ator do filme “ao nosso lado”. As últimas discussões sérias, como guerra, inflação, carestia e combustíveis não têm sido favoráveis à atual administração. O debate moral/ideológico movimenta as odes e claques das redes, sequestra a agenda pública, diminui o debate dos reais problemas e soluções, portanto, é uma tática, usando uma das piores ferramentas de dissuasão, entretanto contundente e periclitante – CENSURA. Esse caso demonstra que a eleição a frente não será calcada em propostas e discussões de políticas e soluções de país, mais uma vez, o palanque será de falsas moralidades e discursos inflamados – será rasa e pouco produtiva e eficiente. O livro era ruim, o filme não seria diferente. Continuo na luta por liberdades e responsabilidades, sem perseguições aos que de mim são contrários.
SOBRE A GUERRA NA UCRÂNIA
O principal motivo da guerra sempre é se entender maior que outro, como pano de fundo para acabar com inquietações internas. Há também expansionismo, resposta à injusta agressão e prevenção de possíveis ataques futuros. Os líderes normalmente são autocratas ou de países dominantes no cenário internacional ou local. Certo é que, nesse momento, o ataque próximo à fronteira pode, sim, desencadear a 3° guerra mundial. Hora da diplomacia prevalecer.
Vejo justificativas como se Putin fosse o arauto da luta contra o imperialismo americano, resquício de uma guerra fria que não acabou na cabeça romântica de comunistas do passado. Caíram nas balelas das fakes de que o governo ucraniano estaria permitindo a construção de laboratórios biológicos, pelos “estadosunidenses”, com fim de usos militres. Nada provado, o que também não justificaria ação militar. Políticos e diplomatas russos não aceitam a “Euromaidan”, de 2014, que derrubou o governo fantoche que lá existia, que, sequer, resistiu a anexação da Crimeia, que virou porta de entrada para o mar não congelado. Diplomacia prevalece. É um governo de direita, que tem apoio em grupos de militares nazistas, que ajudaram a derrubar o antigo governo? Sim. Algo que precisa ser resolvido, ( é necessário lembrar que os separatistas ucranianos têm financiamento e apoio do lado de lá da fronteira), entretanto, falamos de um país livre, democrático e soberano, o que deve ser absolutamente respeitado. É mais um afã expansionista, supressor, focado em espremer a Europa e reeditar as forças do passado como garantia do presente. O país que já foi de três continentes, hoje tenta se colocar mais como europeu que asiático, portanto, ter a Ucrânia de joelhos, com total acesso ao velho continente, na visão lógica de Putin, é essencial. Vejamos o seguinte, também: os russos dominam o fornecimento de energia e estão sendo ameaçados por interesses americanos, que prometem fornecer GLP para o continente, acabando com enorme fonte de lucro do Kremlin. Questões culturais locais entram na conta. Em solo ucraniano, produz-se ferro, aço, gás natural, manganês, minérios de ferro e petróleo, então, entende-se mais um motivo – a OTAN (EUA) teriam acesso a tudo isso, muito próximos à fronteira.
Não se explica, nem, tampouco, se justifica essa guerra, que é, basicamente, de informação e contrainformação, recheada de notícias falsas.
Tudo vai mudar a partir dela, em especial, o desenho de poder e influência entra USA e China, cada dando suporte e apoio de um lado diferente do conflito.
O flerte com um cenário de conflito mundial é real e perigoso.
Sempre existe um motivo a mais, e muitas cortinas de fumaça.
Era isso.
Sorte e paz!
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