Começaram a ser julgados nesta segunda (8), por volta das 11h30, 26 dos 79 policiais militares acusados pelas mortes de 111 presos na Casa de Detenção do Carandiru, ocorridas em 1992. O júri começou com cerca de duas horas e meia de atraso, no Fórum da Barra Funda. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a demora ocorreu em razão de ajustes técnicos, tendo em vista que o processo pertence ao Fórum Regional de Santana.

Devido ao grande número de réus envolvidos, o júri está sendo feito em etapas. Neste primeiro bloco, estava previsto o julgamento de 28 policiais, mas dois morreram.  A previsão é que o julgamento dure até duas semanas.

O maior massacre do sistema penitenciário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante a invasão policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 do Presídio do Carandiru (como ficou conhecida a Casa de Detenção), na capital paulista, já desativado. Três prédios do complexo foram demolidos para a construção de um parque. Os outros vão abrigar centros educacionais.

Os réus que estarão sendo julgados são os policiais militares que entraram no segundo pavimento do presídio, onde foram mortos 15 detentos. O julgamento dos demais réus ainda não foi marcado, mas prevê-se que ainda haverá mais cinco ou seis blocos de julgamento. A expectativa é que novos julgamentos sejam marcados a cada três meses.