A campanha de vacinação contra a febre aftosa foi lançada no estado nesta quarta-feira (30), pelo Governo do Paraná. Todos os animais bovinos e bubalinos jovens, de zero a 24 meses, devem ser obrigatoriamente vacinados nesta primeira fase da campanha. Esses animais representam cerca de 45% do rebanho paranaense. Os produtores devem vacinar os animais até o dia 31 de maio.

A previsão é que sejam vacinados 4,25 milhões de cabeças de animais jovens, o que corresponde a 45% do rebanho atual do Paraná, estimado em 9,4 milhões de animais, entre animais jovens e adultos.

Até o final da campanha, o produtor deve efetivar a compra do medicamento, fazer a aplicação e a comprovação da vacinação do seu rebanho. Na segunda etapa, em novembro, será obrigatória a vacinação para 100% do rebanho.

O lançamento da campanha foi realizado na fazenda Sol Poente, em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba. O início da vacinação foi acompanhado pelo governador Beto Richa, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz, do assessor técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ronei Volpi, e prefeitos dos municípios da região.

Área livre

O secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, ressalta a importância da vacina para garantir que o Estado continue sendo uma área livre da febre aftosa. “A dose da vacina é bem barata, se comparada ao grande prejuízo que um animal não vacinado pode trazer a economia do Paraná e de todo o País”, disse ele.

O Paraná é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como Área Livre de Febre Aftosa ao lado de outros 14 estados, o Distrito Federal e a região centro-sul do Pará. “Trabalhamos com os demais estados para construir um ambiente favorável à eliminação dessa técnica de manejo. Queremos conquistar um novo padrão de reconhecimento internacional, de área livre da aftosa sem necessidade de vacinação, por isso é importante que todos os criadores imunizem seu rebanho”, explicou Ortigara.

Devido ao alto poder de difusão do vírus da febre aftosa, os países e áreas livres de febre aftosa estabelecem fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis e seus produtos oriundos de regiões com febre aftosa. Assim, basta apenas um foco desta doença (uma propriedade atingida) para haver restrição ao mercado internacional, e até mesmo ao mercado nacional, já que animais e produtos de origem animal ficam proibidos de serem comercializados para países livres ou áreas livres de febre aftosa. Essas barreiras têm efeitos negativos sobre a pecuária e na economia do país, com graves consequências sociais.

O produtor Nelson Zonato, dono da Fazenda Sol Poente, onde foi lançada a campanha, destaca a importância de cada um fazer a sua parte na imunização dos animais. “É importante essa conscientização que o Governo do Estado tem feito, porque o pequeno produtor acompanha quando o exemplo vem de cima e todos trabalham para manter o Paraná livre dessa doença”, afirmou.

VALIDADE DE UM ANO – A imunização por faixa etária ocorre desde 2009, quando foi alterado o sistema de vacinação no Paraná. A imunização tem a validade de um ano e a taxa de efetividade da vacina é de aproximadamente 95%. Assim, como o animal mais novo não recebeu muitas vacinas desde que nasceu, recebe duas doses anualmente para evitar o risco de estar entre os 5% de exceção.