Com alta ocupação de leitos hospitalares, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), descarta a possibilidade de decretar lockdown, sistema de isolamento social mais rígido. Ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Ibaneis afirma que está “trabalhando por mais leitos” e promete 100 novas vagas na próxima semana. Assim, ele justifica que terá “segurança” na reabertura de atividades autorizadas por sua gestão.
“Estou trabalhando por mais leitos. A previsão para a próxima semana é de mais 100 leitos, assim tenho segurança na reabertura. A conta é leitos e capacidade de atendimento versus reabertura por setores de menor impacto”, afirmou o governador, neste sábado, 27.
Na sexta-feira, 26, ele liberou o funcionamento de clubes recreativos e treinos de times de futebol.
Segundo o último levantamento do Ministério da Saúde, o DF possui 41.326 casos do novo coronavírus e 532 mortes decorrentes da doença. Ao mesmo tempo, possui 86,7% dos leitos particulares destinados para a covid-19 ocupados. Na rede pública, a ocupação é de 60%.
Neste sábado, passou a circular um áudio do médico Lucas Seixas, do Hospital de Base, no qual ele afirma que “100% dos leitos públicos estão lotados, com fila de mais de 100 pacientes precisando de respirador”.
Na gravação, divulgada pelo site O Antagonista e confirmada pelo Broadcast, o médico também diz que “nos próximos dias teremos um pico da doença assombroso e não terá respirador e medicação para todos os que precisarem”.
Indagado sobre o assunto, Ibaneis respondeu que “não se tem notícia de sequer uma pessoa que tenha procurado a rede pública e não tenha sido atendido”. Ainda na visão dele, “não existe necessidade” de lockdown atualmente.
A Secretaria de Saúde do DF, por sua vez, afirmou que “desde o início da pandemia vem ampliando o número de leitos de UTI e de retaguarda, além de aumentar a carga horária dos servidores e fazer novas convocações e contratações para garantir o atendimento aos usuários do serviço público”.
“Não procede a informação de falta de leitos de UTI e medicação no Hospital de Base”, disse a assessoria da Secretaria de Saúde do governo do DF.