São Paulo, 30/10 – Minas Gerais, segundo maior produtor de citros do Brasil, tem adotado medidas preventivas contra o greening, considerada a pior doença dos pomares. “Estamos com um grande problema fitossanitário com o avanço do greening, doença extremamente agressiva, sem controle efetivo até o momento e já considerada endêmica no Estado”, informou em comunicado o coordenador estadual de Fruticultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Deny Sanabio.
Entre outras ações, a Emater-MG e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgãos vinculados à Secretaria de Estado de Agricultura, realizam mobilização e orientação dos produtores, como plantar ou renovar pomares com planejamento, plantar mudas de viveiros protegidos, adotar práticas para antecipar a produção e ter alta produtividade, inspecionar os pomares frequentemente, eliminar todas as plantas com sintomas da doença e promover o controle biológico.
Também foram distribuídas cerca de 98 mil armadilhas adesivas nos municípios de Brumadinho, Piedade dos Gerais, Moeda, Belo Vale e Campanha. Em cor amarela, elas foram colocadas nos pomares de forma a atrair os insetos transmissores, que colam no adesivo e morrem.
Outra ação foi o treinamento dos “pragueiros”, como são chamadas as pessoas que identificam os insetos a olho nu ou com lupa. Essas pessoas serão multiplicadoras da técnica de reconhecimento, iniciativa que contribui para o combate à praga.
Minas Gerais tem 55 mil hectares de área plantada e uma produção média de 1,1 milhão de toneladas por safra. No entanto, o greening, doença transmitida pelo inseto Diaphorina citri ou por enxertia, tem provocado diminuição da produção. Nas plantas contaminadas, ocorrem deformação, maturação irregular, redução e queda das frutas.
Segundo dados oficiais do IMA, já foram erradicadas no Estado 462 mil plantas sintomáticas com greening, desde 2005. “Entre 2017 e 2018, estima-se que o prejuízo causado pela doença seja de cerca de R$ 42 milhões, considerando a perda da produção do ano”, afirmou na nota o agrônomo da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Leonardo do Carmo.
O greening foi detectado oficialmente em 58 municípios mineiros. “Essa situação tende a se agravar com muita rapidez por causa da severidade da doença, colocando em risco esse importante setor do agronegócio mineiro”, diz Deny Sanabio.
A doença foi identificada em Belo Vale, na região Central mineira, em 2017. Levantamento feito pelo IMA, referente a 2018, aponta que 7.561 plantas do município foram erradicadas por causa do greening. Só no primeiro semestre de 2019, foram cerca de 4 mil plantas erradicadas na região.