Após fechar consulado, China ocupa prédio dos EUA

por Guilherme Barchik
Com informações Agencia Brasil
Publicado em 27 jul 2020, às 10h38. Atualizado às 10h39.

A China ocupou nesta segunda-feira (27) as dependências do prédio onde ficava o consulado dos Estados Unidos em Chengdu, cidade do sudoeste do país, depois de determinar que a instalação fosse desocupada. A medida foi uma retaliação pelo fechamento de seu consulado em Houston, no estado norte-americano do Texas, na semana passada.

O confisco é resultado de uma escalada dramática das tensões entre as duas maiores economias do mundo, que começou quando funcionários do consulado chinês de Houston foram vistos queimando documentos em um pátio na terça-feira passada (21), horas antes de Pequim anunciar que havia recebido ordens de esvaziar a instalação.

O consulado dos EUA em Chengdu, localizada na província de Sichuan, foi fechado às 10h locais desta segunda-feira, e autoridades chinesas entraram no edifício pela porta da frente, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado.

Na sexta-feira (24), Pequim anunciou que determinou aos EUA que fechassem seu posto de Chengdu e que deu aos norte-americanos 72 horas para sair, o mesmo prazo dado à China para liberar a missão de Houston, fechada naquele mesmo dia.

A embaixada norte-americana divulgou vídeo em chinês, em sua conta no Twitter, dizendo: “O consulado dos EUA promove orgulhosamente o entendimento mútuo entre americanos e o povo de Sichuan, Chongqing, Guizhou, Yunnan e Tibete desde 1985. Sentiremos saudades de vocês para sempre”.

A Bandeira dos EUA não estava mais hasteada no consulado, tendo sido baixada às 6h18 locais de hoje, de acordo com vídeo feito por um jornalista e compartilhado pela emissora estatal CCTV, em sua conta de Weibo, plataforma semelhante ao Twitter.

Os laços entre os dois países estão em seu pior momento em décadas por causa de questões como comércio, tecnologia, a pandemia de covid-19, as reivindicações de Pequim ao Mar do Sul da China e a repressão a Hong Kong.