Briga entre facções criminosas aumenta os casos de homicídio em Paranaguá

por Mônica Ferreira
Com informações de Nader Khalil, da RIC Record TV
Publicado em 14 set 2021, às 14h56. Atualizado em: 16 mar 2022 às 14h42.

O litoral paraense registrou, desde o início do ano, 107 homicídios. Mais da metade dessas mortes ocorreram em Paranaguá, contabilizando na cidade 61 crimes dessa natureza durante 2021. O município com pouco mais de 150 mil habitantes vive um aumento de violência sem precedentes e os moradores se sentem desprotegidos. Desde a última quinta-feira (9), 5 pessoas foram mortas.

Informações da Policia Civil, mostram que somente neste ano foram atendidas 800 ocorrências de uso e consumo de drogas da área integrada de Segurança Pública de Paranaguá. Este é o maior índice registrado em todas as regiões analisadas pela Secretária de Segurança Pública do Estado.

De acordo com a polícia, os números de homicídios vem crescendo devido a uma briga entre facções criminosas pelo domínio do tráfico de drogas.

“Longo das investigações foi possível realizar a oitiva de diversos integrantes de ambos os grupos que hoje realizam essa disputa. E vários deles mencionaram aqui na delegacia de polícia, o interessem desses grupos pelo porto de Paranaguá como importante canal de escoamento de drogas pro exterior. Isso tá trazendo realmente um incremento no nosso número de homicídios, a grande maioria é vinculada com essa disputa entre dois grupos rivais”,

comenta o delegado Nilson Diniz.

O delegado explica que a maioria das mortes ocorre porque a vítima descumpriu regras da organização criminosa, indo contra os ideais e objetivos da facção. “Tanto autores quanto vítimas, na maioria, obviamente não é a totalidade dos homicídios, mas a maioria, eles possuem algum grau de envolvimento com esses grupos, com essas organizações criminosas. E esse grau de envolvimento hoje, vem sendo motivo maior para a prática desses crimes de homicídios”.

Os caminhoneiros que precisam chegar até o Porto de Paranaguá também vivem na pele a escalada da violência e falta de segurança. Um profissional, que prefere não se identificar, conta que é preciso ficar atento com dependentes químicos que costumam realizar pequenos assaltos até quadrilhas especializadas em roubo de carga.

“Você não pode parar de qualquer maneira em um posto, de repente você chega e já é abordado, desde os ‘noinhas’ até os roubos de carga, entre outras coisas mais. Então quer dizer que a segurança tá bem precária, cada dia é um dia e o receio é permanente, todo dia você está com aquele receio, tem que ter amor na profissão, se não você não permanece também não”, conta o caminhoneiro.

A Polícia Civil garante que 90% dos homicídios ocorridos no litoral, ligados às facções criminosas já foram solucionados no primeiro semestre deste ano, identificando os autores dos crimes. Mas com o aumento dos casos, a população vive com medo.

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