Na média nacional, o brasileiro viaja 174 quilômetros para chegar ao aeroporto mais próximo de onde mora e percorre 78 quilômetros para fazer suas compras habituais de roupas e calçados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são da pesquisa Regiões de Influência das Cidades (Regic) referente a 2018, divulgada nesta quinta-feira, 25, e mostram as diferenças da realidade de quem mora em regiões remotas da Amazônia ou nas pequenas cidades do Sul.
Pela metodologia da Regic, os deslocamentos são medidos conforme a distância linear, no mapa, entre a cidade de moradia e a cidade de destino para realizar determinada atividade. A versão de 2018 da pesquisa já havia apontado que, em média, o brasileiro percorre 72 quilômetros para receber atendimento médico de baixa e média complexidade – exames clínicos, serviços ortopédicos e neurológicos, fisioterapia e pequenas cirurgias que não envolvam internações – e viaja 155 quilômetros atrás de atendimento de alta complexidade. Os dados referentes à saúde foram divulgados antecipadamente, em abril, para ajudar no enfrentamento da pandemia de covid-19.
Em relação à infraestrutura de transportes, na média nacional, o brasileiro percorre 174 quilômetros para chegar ao aeroporto mais próximo. É a maior distância média percorrida entre todos os itens pesquisados pela Regic. Segundo o IBGE, isso ocorre porque aeroportos são equipamentos “raros”, localizados em poucos centros urbanos. O Estado com o maior deslocamento médio até o aeroporto foi Mato Grosso (com 284 quilômetros), seguido do Amazonas (273 quilômetros).
Sergipe (74 quilômetros) e Alagoas (114 quilômetros) têm os menores deslocamentos médios até o aeroporto, mas isso ocorre porque esses Estados também são os menores em termos territoriais. Os Estados que possuem aeroportos bem distribuídos em seu território, como Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, têm deslocamentos abaixo da média nacional, entre 125 e 146 quilômetros.
As diferentes realidades do Brasil aparecem também no consumo corriqueiro de bens. Se o deslocamento para comprar roupas e calçados é de 78 quilômetros na média nacional, no Amazonas, o maior Estado em território, a distância viajada para fazer essas compras é de 342 quilômetros. Quase todos os deslocamentos com esse fim são em direção à capital, Manaus.
Quando se trata da compra de móveis e eletroeletrônicos, o deslocamento médio em todo o País é de 73 quilômetros. A distância é inferior àquela registrada no caso do consumo de vestuário e calçados não porque há mais lojas de eletrodomésticos espalhadas pelo País, mas sim porque o comércio eletrônico, com compras via internet e entregas por frete, é mais utilizado nesses bens, explicou o IBGE. Isso só não ocorre nas cidades que são polos moveleiros ou são especializadas no comércio de eletrônicos.
Outro tipo de deslocamento medido pela Regic foram os feitos para estudar na universidade. Na média nacional, o brasileiro percorre 92 quilômetros para fazer um curso superior.
Por fim, o deslocamento médio para fazer atividades culturais (como shows, festas, festivais, cinemas, teatros e museus) é de 67 quilômetros. Por sua vez, o distância percorrida pelos brasileiros para fazer atividades esportivas ou assistir eventos esportivos é de 73 quilômetros, na média nacional. Segundo o IBGE, as cidades onde há equipes de futebol populares se “destacaram como centralidades atrativas para assistir a eventos esportivos”.