Ataque em Suzano: Justiça ouve terceiro suspeito de participar do massacre
O adolescente de 17 anos acusado de participar do planejamento do ataque em Suzano contra a Escola Estadual Raul Brasil.
Nesta quinta-feira (4), ele é ouvido em mais uma audiência no fórum do município, na Grande São Paulo. O caso segue em segredo de Justiça.
Ataque em Suzano: planejamento
Na semana passada, o jovem acompanhou a audiência de instrução do processo, isto é, quando foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa.
Acusado pelo Ministério Público
O menor é acusado pelo Ministério Público e Polícia Civil de ser responsável pelo planejamento do ataque em Suzano.
Dessa maneira, ele foi apreendido no dia 19 de fevereiro e está em uma unidade da Fundação Casa. Segundo a polícia, o adolescente pode permanecer internado por até 45 dias.
Após o prazo, a Justiça deve se pronunciar a respeito da sentença definitiva, que pode chegar até três anos.
Defesa do suspeito
O advogado Marcelo Feller, responsável pela defesa do adolescente, nega que ele tenha qualquer ligação com o crime.
Segundo Feller, o rapaz fantasiou atacar a escola com um dos autores quando ambos tinham entre 13 e 14 anos.
Porém, os dois brigaram em outubro daquele ano, voltando a se falar somente em outubro de 2018.
Dessa maneira, de acordo com o defensor, o adolescente não acreditava que o amigo pudesse realizar o ataque em Suzano.
O ataque
O ataque em Suzano aconteceu no dia 13 de março, e foi provocado por dois ex-alunos que entraram no local encapuzados e armados.
Ao todo, dez pessoas morreram: duas funcionárias da escola, cinco alunos, o tio de um dos atiradores e os dois criminosos. O atentado deixou ainda 11 feridos.
Objetos localizados com os atiradores
No boletim de ocorrência registrado no DP de Suzano, assinado pelo delegado Lourival Zacarias Noronha, há uma série de objetos listados que foram localizados ao lado dos corpos e em diligências realizadas nos endereços dos assassinos.
Entre os objetos estão: protetor auricular, embalagens de encomendas, caderno, lenço com o desenho de uma caveira, cupons fiscais referentes à compra de uma bandoleira, luvas half – especial para ações táticas militares – mochilas, coturnos militares, arco de flecha e diversos dardos.
Atiradores pediram ajuda no Dogolachan
De acordo com as apurações, os criminosos faziam parte do fórum mais extremistas da internet: o Dogolachan, que reúne de forma completamente anônima usuários que incentivam crimes e atitudes de ódio. Nas postagens é comum ver menções a pedofilia, nazismo, racismo e homofobia.
Lista de vítimas
No dia 13 de março à tarde, uma coletiva de imprensa conduzida pela Polícia Civil divulgou o nome das dez vítimas do massacre, que incluem também os dois responsáveis pelo massacre.
Vídeo mostra pânico
No local, um vídeo gravado por uma testemunha mostra momento de pânico após o massacre. Em seguida, alguns corpos são registrados, além de gritos e desespero por parte dos adolescentes.