Com a proibição do uso de piscinas imposta pelas autoridades brasileiras, Ana Marcela Cunha está usando um equipamento de última geração para “nadar” no seco. O aparelho ergonômico chamado “VASA” simula a movimentação e o esforço feito pela nadadora na piscina. “São diversas regulagens que representam a força que exerço, a potência, e até a resistência natural da água”, contou a atleta em entrevista ao Estadão.
A nadadora segue na busca de uma piscina para realizar suas atividades visando os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados para 2021. “Quando o Maria Lenk (no Rio de Janeiro) fechou, fui treinar na Marinha. Logo depois, eles também suspenderam o uso da piscina. A terceira opção foi garantir vaga em uma piscina particular de uso não diário e também treinar na piscina do condomínio”, explicou.
“Com o adiamento dos Jogos Olímpicos, refizemos imediatamente o planejamento e definimos novos objetivos para esse período extra. Seguimos focados. O fato de estar classificada me dá tranquilidade para pensar apenas no objetivo de lutar por uma medalha olímpica em Tóquio”, ressaltou Ana Marcela.
A maratonista aquática, dona de 11 medalhas mundiais, demonstra confiança para o período pós-pandemia. Ela conta que está conseguindo se exercitar diariamente durante o isolamento social, mas não vê a hora de voltar aos treinos regulares. “Sigo uma rotina bem cuidadosa, passo a maior parte do tempo em casa, uso de álcool gel, produtos à base de cloro, máscara… Os hábitos de higiene estão redobrados e nunca são demais neste momento”, afirmou.
Ana Marcela também realizou exames para cumprir o protocolo do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e poder retornar aos treinos em breve. “O jeito é se cuidar muito e acreditar que logo o mundo estará protegido por meio de uma vacina”.
A próxima missão da brasileira deve acontecer em setembro, no Madeira Island Ultra-Swim (MIUS), na Ilha da Madeira, em Portugal. A competição faz parte do Missão Europa, projeto financiado pelo COB que levará atletas para treinarem durante a pandemia. Já os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 foram adiados por um ano.