Aliciamento: Polícia Civil encontra mais seis crianças vítimas de família de religiosos em Maringá

por Renan Vallim
com informações do repórter Evandro Mandatori / RIC TV
Publicado em 29 jul 2021, às 12h24.

As investigações da Polícia Civil de Maringá no caso de uma família de religiosos suspeita de aliciar crianças e adolescentes com intuito de submetê-las ao trabalho análogo à escravidão encontrou mais seis possíveis vítimas. No total, 11 crianças são apontadas pelas investigações como vítimas dos religiosos, que continuam presos.

As investigações estão sendo conduzidas pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria). De acordo com a delegada do Nucria, Karen Friedrich Nascimento, foram identificadas mais três meninas de Alto Paraná, duas meninas de Maringá e um menino de Nova Esperança, que possivelmente eram também vítimas. No dia da operação, cinco já haviam sido identificadas.

O casal de religiosos e o filho de 22 anos continuam presos. A delegada afirmou ainda que o inquérito deve ser finalizado ainda nesta semana, mas adiantou que o trio deve ser indiciado por associação criminosa e tráfico de pessoa com a finalidade de submeter a condição análoga à de escravo.

Os casal de religiosos ainda deverá ser indiciado por subtração de incapaz, já que as crianças eram mantidas sem acesso dos pais. Eles seriam ouvidos ainda nesta quinta-feira (29).

Operação

Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu o casal e o filho na manhã do último dia 23. Dentro da igreja, foram apreendidos uma pistola, 15 munições intactas, um taco de beisebol, dinheiro em espécie e cheques, além de alimentos em condições impróprias, incluindo quase 200 pizzas.

Os três presos são líderes religiosos e comandavam a venda de pizzas feitas em uma igreja, em Maringá e cidades da região. O trio atraia as crianças e adolescentes afirmando que a ação seria uma obra divina e que o dinheiro seria doado para crianças com câncer.

De acordo com as investigações, após o aliciamento, os menores eram submetidos ao trabalho forçado, em jornada excessiva. Os suspeitos ainda obrigavam as crianças a prestar contas relacionadas às vendas, por meio de ameaças e agressões físicas e verbais.

De acordo com a Vigilância Sanitária, foram encontrados produtos usados na confecção de pizzas armazenados de forma irregularfora da temperatura de acondicionamento ideal, sem data de validade sem procedência.