Aliciamento: Polícia Civil encontra mais seis crianças vítimas de família de religiosos em Maringá
As investigações da Polícia Civil de Maringá no caso de uma família de religiosos suspeita de aliciar crianças e adolescentes com intuito de submetê-las ao trabalho análogo à escravidão encontrou mais seis possíveis vítimas. No total, 11 crianças são apontadas pelas investigações como vítimas dos religiosos, que continuam presos.
As investigações estão sendo conduzidas pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria). De acordo com a delegada do Nucria, Karen Friedrich Nascimento, foram identificadas mais três meninas de Alto Paraná, duas meninas de Maringá e um menino de Nova Esperança, que possivelmente eram também vítimas. No dia da operação, cinco já haviam sido identificadas.
O casal de religiosos e o filho de 22 anos continuam presos. A delegada afirmou ainda que o inquérito deve ser finalizado ainda nesta semana, mas adiantou que o trio deve ser indiciado por associação criminosa e tráfico de pessoa com a finalidade de submeter a condição análoga à de escravo.
Os casal de religiosos ainda deverá ser indiciado por subtração de incapaz, já que as crianças eram mantidas sem acesso dos pais. Eles seriam ouvidos ainda nesta quinta-feira (29).
Operação
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu o casal e o filho na manhã do último dia 23. Dentro da igreja, foram apreendidos uma pistola, 15 munições intactas, um taco de beisebol, dinheiro em espécie e cheques, além de alimentos em condições impróprias, incluindo quase 200 pizzas.
Os três presos são líderes religiosos e comandavam a venda de pizzas feitas em uma igreja, em Maringá e cidades da região. O trio atraia as crianças e adolescentes afirmando que a ação seria uma obra divina e que o dinheiro seria doado para crianças com câncer.
De acordo com as investigações, após o aliciamento, os menores eram submetidos ao trabalho forçado, em jornada excessiva. Os suspeitos ainda obrigavam as crianças a prestar contas relacionadas às vendas, por meio de ameaças e agressões físicas e verbais.
De acordo com a Vigilância Sanitária, foram encontrados produtos usados na confecção de pizzas armazenados de forma irregular, fora da temperatura de acondicionamento ideal, sem data de validade e sem procedência.