O Rabobank, Banco Europeu especializado no agronegócio, fez uma avaliação dos diversos setores dos quais o Brasil é participante importante. De acordo com analistas do banco, o setor de grãos tem dois desafios pela frente. Um deles é a dependência de fatores macroeconômicos mundiais.

O outro desafio é atravessar o ano com preços e margens de ganho menores. As supersafras de soja e de milho elevam os estoques e depreciam os preços.

Mas, se o setor de grãos tem desafios, o de proteínas volta a viver um período de vacas gordas, principalmente devido à demanda externa. No caso dos grãos, a alta da safra de soja deverá fazer com que os preços médios da oleaginosa declinem para valores inferiores a US$ 9 por bushel em Chicago. Em Mato Grosso, a saca fica próxima de R$ 50; no Paraná, de R$ 55.

Ainda de acordo com as analises do Rabobank, o milho, devido ao aumento dos estoques pelo segundo ano consecutivo, tem queda de preços em Chicago. Deve ficar entre US$ 3,25 e US$ 3,50 por bushel.

A perspectiva de um segundo ano consecutivo de deficit no mercado mundial de café permitirá a manutenção dos preços elevados do produto.

Seca e o ciclo de baixa na produção brasileira vão manter a safra nacional de café entre 42 milhões e 47 milhões de sacas.

A demanda internacional pela carne se manterá aquecida, o que fará com que os preços das proteínas fiquem firmes no mercado nacional. No caso da carne bovina, os produtores de bezerro vão continuar a desfrutar de boas margens, impulsionadas pelo preço do boi gordo.

O mercado externo se mantém favorável também para as exportações de frango, cujos custos de produção serão menores devido à maior oferta de grãos. O Rabobank prevê cenário positivo também para a carne suína, devido à oferta restrita no primeiro semestre.