A criação de empregos no país durante abril deste ano foi a pior desde o mesmo período de 1999, quando 57.543 pessoas foram contratadas. No mês passado, foram geradas 105.384 vagas, resultantes da diferença entre as 1.862.515 admissões e 1.757.131 demissões registradas. Em abril de 2013, o número de empregos com carteira assinada era de 196.913. No ano todo, foram gerados até agora 458.145 novos postos formais de trabalho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Em março, a situação foi parecida. Foram criadas 13.117 vagas, sendo o pior para o mês, desde 1999 – quando foram fechadas mais de 76 mil vagas com carteira assinada. Considerando o período entre 2011 e 2014, o saldo de admissões está em 4.959.039.
Para o ministro Manoel Dias, a situação de pleno emprego e os aumentos reais de salário registrados nos últimos anos explicam em parte a desaceleração. “Uma das razões para a queda no saldo, que continua positivo [ou seja, com o número de contratações superando o de demissões] é o fato de o país se encontrar em situação de pleno emprego”, justificou. Uma outra explicação, segundo ele, foi o aumento real do salário, de mais de 70%, desde o primeiro trimestre de 2003, “e o aumento de 45,99%, durante o mesmo período, no salário de admissão”.
O resultado obtido em abril de 2014 (saldo de 105.384 empregos formais) é muito próximo ao registrado em 2009 (106.205 empregos criados), ano em que o país sentiu de forma mais intensa os efeitos da crise financeira internacional. Em abril de 2013, o saldo de novas contratações foi 196.913. No mesmo mês de 2012, o saldo ficou em 216.974; em 2011 foram criadas 272.225 vagas; em 2010, 305.068.
Dos oito setores analisados, sete elevaram o contingente de assalariados com carteira assinada, segundo dados do Caged. O setor que mais contratou foi o de serviços (68.876 novos postos), seguido do comércio (16.569), da agricultura (14.052), construção civil (4.317), administração pública (3.487), dos serviços industriais de utilidade pública (1.040) e da indústria extrativa mineral (470).
“O único setor que registrou declínio foi o da indústria da transformação, com uma perda de 3.427 postos, na comparação com o mês anterior”, disse o ministro. Esse resultado negativo se deve, principalmente, ao desempenho negativo da indústria da produção de alimentos, com 6.712 postos a menos, e da indústria mecânica, que perdeu 4.583 postos no saldo do mês.