O crack é uma droga obtida a partir da mistura da pasta-base de coca ou cocaína refinada (feita com folhas da planta Erythroxylum coca), com bicarbonato de sódio e água. “Quando aquecido a mais de 100ºC, o composto passa por um processo de decantação, em que as substâncias líquidas e sólidas são separadas. O resfriamento da porção sólida gera a pedra de crack, que concentra os princípios ativos da cocaína”, informa o programa “Crack é Possível Vencer”, do governo Federal.

Considerado uma droga barata, o crack surgiu na década de oitenta, em bairros pobres de Nova Iorque, Los Angeles e Miami, nos Estados Unidos. No Brasil, ele chegou no início da década de noventa, entrando no país através da Colômbia, pelas fronteiras com Acre, Roraima e Amazonas. A droga se disseminou, inicialmente, no estado de São Paulo e acabou se popularizando.

O crack geralmente é fumado com cachimbos improvisados, feitos de latas de alumínio e tubos de PVC. A pedra, geralmente com menos de 1 grama, também pode ser quebrada em pequenos pedaços e misturada a cigarros de tabaco ou maconha.

“Ao aquecer a pedra, ela se funde e vira gás, que depois de inalado é absorvido pelos alvéolos pulmonares e chega rapidamente à corrente sanguínea”, conta o químico e perito criminal da Polícia Federal (PF), Adriano Maldaner. “Enquanto a cocaína em pó leva cerca 15 minutos para chegar ao cérebro e fazer efeito depois de aspirada, a chegada do crack ao sistema nervoso central é quase imediata: de 8 a 15 segundos, em média. É por esta razão que o crack pode ocasionar dependência mais rapidamente”.

Os dados mais recentes divulgados pelo governo Federal sobre o cultivo de coca são de 2009. Naquele ano, a Colômbia foi responsável por 43% do cultivo mundial da coca, seguida por Peru (38%) e Bolívia (19%). Nos três países, também estavam localizados 99% dos “laboratórios” de coca do mundo.