São Paulo, 13 – Um total de 50 milhões de hectares no campo ainda depende de conectividade, o que demandaria entre 4 mil e 5 mil torres de celular e, consequentemente, entre 4 mil e 5 mil licenças ambientais, disse o diretor de Novos Negócios da Nokia, Leonardo Finizola, no Summit Agronegócio Brasil 2019, em São Paulo. Por isso, o executivo defende que o setor público auxilie o setor privado a aumentar essa conectividade.
Quanto às licenças ambientais, Finizola mencionou que elas dependem de cada município. “Uma fazenda que constrói toda uma infraestrutura em determinado município, por exemplo, precisa de, em no máximo 6 meses, estar com a conectividade acessível”, disse ele, ao exemplificar o desafio que é garantir a transmissão de dados no campo. “Precisamos, por isso, tirar amarras de tudo o que for possível para garantir essa conectividade, estimulando financiamentos, por exemplo.”
O interesse da Nokia pela conectividade no campo começou há cerca de três anos, conta Finizola, que hoje faz parte da iniciativa Conectar Agro, que reúne outras empresas do setor de comunicações, além de fabricantes de máquinas agrícolas e também a Bayer.
O executivo comenta que, atualmente, apenas 3% do campo brasileiro conta com bom nível de conectividade. “A preocupação da rede Conectar Agro é garantir para a indústria que produz máquinas agrícolas, sensores, o produtor condições que potencializem o agronegócio, buscando e trazendo soluções para um mercado tão importante.”
Finizola ainda vê um horizonte distante para a chegada da tecnologia 5G no campo. “Acredito que chegará apenas em 2025”, disse. “Mas não há nada que o 5G oferece que o 4G não consiga oferecer”, avaliou, acrescentando que, hoje, “falar do 5G no campo quando só há 3% de conectividade é muito fora de contexto e confunde o mercado, porque cria falsas expectativas”, disse.
O executivo acrescentou que a tecnologia 5G ainda é um desafio para as cidades. “É importante lembrar que a mesma tecnologia que colocamos na Berrini (avenida Luis Carlos Berrini, em São Paulo, centro de negócios da capital) colocamos nas fazendas.”