12 medidas econômicas para superar a crise do coronavírus

por Ana Beatriz
da equipe RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes
Publicado em 17 abr 2020, às 00h00.

Desde já a pandemia do coronavírus, se espalhou por mais de 150 países, e dessa forma traz consequências em todas as áreas da saúde à educação, da política à economia.

Assim também no Brasil, uma crise econômica sem precedentes está sendo vivenciada e todos os setores da sociedade serão afetados: do servidor público ao empresário, do prestador de serviço ao estagiário.

“Esta pandemia criou uma situação inusitada: jogou grande parte da população mundial em confinamento residencial, travou o sistema produtivo e puxou o PIB dos países para baixo. No caso do Brasil,

o rápido e intenso isolamento social desativou brutalmente o sistema de produção, comércio e prestação de serviços,

comeu uma enorme parte do PIB corrente, destruiu a renda de milhões de trabalhadores e desorganizou o sistema econômico”, afirma o economista.

crise-do-coronavirus

(Foto: Pixaby)

Estimativas para economia

Além disso, as estimativas são de que o mundo sofra uma grande recessão este ano por conta da pandemia.

Segundo uma pesquisa da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM), feita com 426 empresários, revela que 73% das organizações precisarão fazer empréstimos para pagar a folha de pagamento e honrar os compromissos financeiros.

Dessa forma o estudo mostra que 4% já recorreram a financiamento e que apenas 23% têm reserva financeira.

“A paisagem nacional hoje é de fábricas paradas, cidades vazias, transportes desativados, lojas fechadas,

mercados sem gente, produção em queda, trabalhadores em casa, desempregados sem renda, ou seja, uma colossal redução na produção e renda.

com capacidade para virar uma dramática queda da oferta de bens e serviços

e uma crise grave de abastecimento, a depender da duração do isolamento social”, ressalta o economista.

prof-pio-3

(Foto: Divulgação/Universidade Positivo)

Segundo ele, o principal desafio será calibrar a expansão monetária com o aumento do PIB, pois a emissão de moeda não pode ser ilimitada nem permanente.

Doze medidas úteis para ajudar na recuperação nacional depois da crise

José Pio Martins listou doze medidas úteis para ajudar na recuperação da economia depois da crise, mas sem dispensar outras tantas medidas e ações que possam ser implementadas.

1.Suspender execuções de dívidas fiscais de pessoas e empresas afetadas, nas três esferas da federação.

2. Moratória tributária: prorrogar prazos para pagamento de tributos e renegociar passivos tributários, considerada a capacidade financeira do devedor.

3. Moratória financeira: prorrogar dívidas no sistema bancário, estendidos à taxa de juros igual à Selic, segundo a insuficiência financeira do devedor.

4. Prorrogar dívidas dos Estados e municípios com a União e com os bancos públicos federais, já que somente a União tem o poder de emitir dinheiro.

5. Injetar liquidez primária no sistema financeiro e ampliar o limite operacional dos bancos (total que os bancos podem emprestar como múltiplo do patrimônio líquido menos o ativo imobilizado).

6. Autorizar os bancos a ofertarem linhas de crédito para empresas e consumidores, sem limite de teto total da linha, com taxa de juros igual à Selic mais uma pequena taxa para cobrir custos administrativos dos bancos.

7. Criar o Seguro Coletivo de Créditos para os financiamentos concedidos no âmbito do Plano de Reconstrução Nacional, de forma a dividir os riscos com todo o sistema financeiro.

8. Elaborar e executar um Plano de Obras e Equipamentos que inclua obras da União, dos estados e municípios.

9. Criar, para financiar o Plano de Obras e Equipamentos dos estados e municípios, linha de crédito especial no Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES.

10. Criar um plano de investimentos no sistema de saúde, hospitais, leitos, equipamentos, materiais e recursos humanos.

11. Compensar parte dos efeitos econômicos e financeiros do confinamento por meio de um programa de transferência de renda às camadas mais pobres e aos quase 40 milhões de trabalhadores autônomos.

12. Criar o contrato simplificado de trabalho, com validade por 3 anos, como instrumento de estimular rapidamente a contratação de trabalhadores.

Em conclusão, o Governo Federal e o Banco Central já anunciaram cinco das 12 medidas.