Na boleia: Mulheres representam 25% das contratações no transporte terrestre

Publicado em 8 mar 2024, às 06h48. Atualizado em: 7 mar 2024 às 11h49.
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A contratação de mulheres em cargos do transporte terrestre apresenta queda nos últimos dois anos. Em 2023, 25% das contratações na área foram femininas, sendo que em 2021 foram 31% e em 2022 foram 25,8%, segundo dados do Caged. Entretanto, as mulheres que atuam no setor mostram que a escolha, na maioria das vezes, é por amor à profissão.

“Nós mulheres não somos caminhoneiras por falta de opção no mercado de trabalho. Somos caminhoneiras por opção de fazer o que amamos”, declara Danieli Cristina dos Santos, 41 anos.

A motorista, que há um mês se tornou a primeira mulher a assumir um caminhão da distribuidora de combustíveis ON Petro, destacou que atua há 10 anos neste setor. “Somos vencedoras e merecedoras de tudo aquilo que adquirimos como profissionais, seja qual for a profissão”, acrescenta. 

Rotina das mulheres na estrada

O trabalho da motorista em nada difere de outros profissionais na mesma função. “Viajamos com horário de jornada e as paradas acontecem conforme manda a lei. A rotina é acordar, tomar banho, fazer o checklist e dar início à viagem”, conta. Entre um carregamento e outro, ela aproveita para matar as saudades da família. “Nas horas vagas, fico no celular conversando com amigos, filhos e netos, para não me sentir sozinha. Eu sinto saudades deles, choro, fico triste com a distância, porque a vida de uma profissional do volante é solitária, mas eu amo o que faço”, afirma Danieli.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelas mulheres em todo o mercado de trabalho, em especial em uma profissão majoritariamente masculina, as trabalhadoras têm capacidade para conquistar muitos outros espaços. “Já vencemos tantas batalhas durante essas últimas gerações. Décadas atrás ninguém poderia imaginar uma mulher em um caminhão, ou um trator, ou chefiando uma empresa”, avalia.

Fabiana Rompkovski, gerente de Recursos Humanos da ON Petro, distribuidora de combustíveis na qual Daniele trabalha, acredita que a demanda da sociedade por mais mulheres em diferentes postos de trabalho tem sido vista com mais cuidado e atenção pelas empresas. “A nossa intenção, enquanto setor produtivo, é que as mulheres estejam mais presentes neste e em outros setores. A busca das profissionais para ocuparem cada vez mais os espaços de trabalho tradicionalmente masculinos deve ser valorizada na hora da contratação, seja qual for a empresa. Precisamos quebrar paradigmas”, diz. 

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