Refugiada ucraniana é pioneira de Apucarana e completa 100 anos

por Maria Eduarda Paloco
com informações da RICtv e supervisão de Giselle Ulbrich
Publicado em 16 jul 2022, às 05h40. Atualizado em: 15 jul 2022 às 22h36.

Descendente de ucranianos, Thereza Balan é pioneira de Apucarana, no Norte do Paraná, e completou 100 anos nesta quarta-feira (13). A centenária comemorou o aniversário com sua família, na mesma casa onde mora há 78 anos. Quando chegou na região com os pais e irmãos, aos 13 anos de idade, a cidade ainda não existia, era apenas um pedaço de terra.

Sua família veio para o Brasil com objetivo de fugir dos conflitos que atingiam a Ucrânia na época. A companhia de terras do Norte do Paraná doou a eles um pedaço de terra, entre Londrina e Maringá, hoje, conhecido como Apucarana.

Segundo Thereza, seu pai foi um grande pioneiro da região e ajudou a construir a cidade. Por falta de dinheiro, eles moravam de baixo de uma tenda feita de palmito. Aos 22 anos de idade ela se casou e teve 5 filhos, na mesma casa onde ainda mora.

“Nós todos trabalhávamos na roça, não tinha nada, nem dinheiro nós tínhamos”

conta a pioneira.

Seus familiares comemoraram o centenário em uma festa de aniversário, com direito a bolo, salgadinhos, e a família presente. Atualmente, ela aproveita a terceira idade cultivando flores, frutos e ervas medicinais no quintal de casa.

Descendência ucraniana

Para fugir dos conflitos na Ucrânia, a família de Thereza veio ao Brasil. Mais de um século depois, o país volta a conviver com a guerra, em conflito com a Rússia. A região sofreu o primeiro ataque em 24 de fevereiro, desde então, dona Thereza se mantém atenta ao noticiário.

“Estava aquela coisa da guerra muito forte, e ela estava ali, minuto a minuto não deixava desligar a televisão. Ai meu irmão falou vamos colocar ai um aparelhinho, para ver se a gente coloca internet, um filme legal para ela (…). Ai ela ‘ãn, ãn, eu quero ver a guerra, que eu tenho que estar informada, tem tantos ucranianos”

diz Ana Maria Humeniuk, sua filha

Seu filho também fala sobre a falta que o país de origem faz.

“A gente consegue sentir porque, por exemplo, o meu avô veio criança, a mãe dele não cheguei a conhecer, mas é como se deixasse uma parte do coração lá, é muito triste você sair sem querer sair ne”

afirma José Humeniuk.

A história de se refugiar no Paraná se repete com o novo conflito. Em Guarapuava, no Norte do Paraná, 11 famílias refugiadas foram abrigadas pela Rede de Parceria do Reino Global. Outras oito famílias foram abrigadas em Prudentópolis, na cidade vizinha.