Parque Nacional do Iguaçu completa 84 anos de riquezas naturais; veja fotos
O Parque Nacional do Iguaçu, no Oeste do Paraná, celebra 84 anos de criação, nesta terça-feira, 10 de janeiro. Para celebrar a data, o parque realiza uma programação cultural, com muita música para quem passar pelo local.
Foi em 1939 por meio do Decreto-Lei n.º 1.035, do então presidente da República Getúlio Vargas, que o parque foi criado. No ano de 1986, recebeu o título, concedido pela Unesco, de Patrimônio Mundial Natural. Já as Cataratas do Iguaçu, localizadas no interior da unidade de conservação, receberam o título de Maravilha Mundial da Natureza no dia 11 de novembro de 2011, em uma eleição internacional, com votos de pessoas de todo o mundo.
Durante esses anos,o parque obteve bons resultados em diversas áreas, com destaque para os ganhos ambientais e turísticos da unidade de conservação. A população de onças-pintadas, animal símbolo do parque, cresceu cerca de 70% nos últimos anos. Já a visitação turística, que colabora para o desenvolvimento da economia local e regional, está em forte recuperação, representando 71% do ano de 2019, período anterior à pandemia.
Sobre o Parque
O Parque Nacional do Iguaçu se consolidou, nesses 84 anos, como referência na conservação da natureza e no turismo sustentável no mundo. O parque, que é um dos mais visitados do Brasil, protege uma área de 185 mil hectares de Mata Atlântica e uma rica biodiversidade, constituída por espécies singulares da fauna e flora brasileiras. A unidade de conservação brasileira, localizada no Oeste do Paraná, faz fronteira com a Argentina, na província de Missiones. Já as Cataratas do Iguaçu estão situadas entre a cidade brasileira de Foz do Iguaçu e a argentina Puerto Iguazú.
Em seus 420 quilômetros de extensão, abrange 14 municípios que compõem sua microrregião geográfica: Capanema, Capitão Leônidas Marques, Santa Lúcia, Lindoeste, Santa Tereza do Oeste, Diamante D’Oeste, Céu Azul, Matelândia, Ramilândia, Medianeira, Serranópolis do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Foz do Iguaçu. Em sua porção sul, o parque limita-se em mais de 60km com o Parque Nacional Iguazú, integrando importante contínuo biológico do centro-sul da América do Sul, o que traz oportunidades de troca e cooperação nos esforços de conservação da biodiversidade.
O território do parque faz parte da Ecorregião Florestas do Alto Paraná, que envolve desde as encostas a oeste da Serra do Mar, no Brasil, até o leste do Paraguai e a província de Missiones, na Argentina, com uma área de mais de 471 mil km². É a maior das 15 ecorregiões existentes do bioma Mata Atlântica. O parque está localizado em uma região de fácil acesso, e todos os seus pólos podem ser acessados por vias terrestres asfaltadas.
A principal via de chegada aos polos Cataratas (Foz do Iguaçu), Silva Jardim (Serranópolis do Iguaçu) e Rio Azul (Céu Azul) é a BR-277, que corta o estado do Paraná no sentido leste a oeste, conectando o Porto de Paranaguá com a Ponte Internacional da Amizade. Já o Polo Ilhas do Iguaçu e Gonçalves Dias (Capanema) é acessado por meio da BR-163.
Todos os municípios limítrofes ao parque possuem rodoviárias. A região conta com dois aeroportos: o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e o Aeroporto Municipal de Cascavel. Já Puerto Iguazú, na Argentina, também tem um aeroporto internacional (Aeroporto Internacional Cataratas del Iguazú).
Biodiversidade
Quanto à flora, o parque, em sua essência, é coberto pela Floresta Estacional Semidecidual (FES), do tipo Submontana na região Central e Sul, e Montana mais ao Norte. Apresentam elevada importância na floresta as espécies Aspidosperma polyneuron (peroba-rosa) e Euterpe edulis (palmito-juçara). Quanto à diversidade, foram identificados até o momento 761 angiospermas, 16 pteridófitas e 464 espécies de fitoplâncton. De acordo com a Lista Vermelha da IUCN, 16 espécies possuem o status “Em perigo”, como a Aspidosperma polyneuron (peroba-rosa) e Araucaria angustifolia (araucária), e sete “Vulneráveis”, como o Euterpe edulis (palmito-juçara) e Apuleia leiocarpa (garapa ou grápia).
Crédito: Bruno Santos Crédito: Bruno Bimbato Crédito: Bruno Bimbato Crédito: Bruno Bimbato
Quanto à fauna, são elencadas até o momento 158 espécies de mamíferos, 390 de aves, 48 de répteis, 12 de anfíbios, 175 de peixes e pelo menos 800 de invertebrados. Segundo a Lista Vermelha da IUCN, foram verificadas dez espécies da fauna com status de conservação “Em perigo”, como a Puma concolor (onça-parda) e Panthera onca (onça-pintada), e 13 “Vulneráveis”, como Alouatta guariba (guariba), Mazama nana (veado-bororó), entre outras.
- Conservação da onça-pintada: A onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo. É uma espécie criticamente ameaçada de extinção na Mata Atlântica. O parque representa 80% das florestas remanescentes do Paraná. Aqui vivem, aproximadamente, 24 onças-pintadas, a única população crescente nesse bioma.
O Projeto Onças do Iguaçu é um projeto institucional do Parque Nacional do Iguaçu, que tem como missão a conservação da onça-pintada, como espécie-chave para a manutenção da biodiversidade na região do parque. O projeto conta com diversos apoiadores e trabalha em conjunto com a população local que reside em municípios que margeiam a unidade, para manter o bem-estar dos felinos.
- Observação de aves: O Parque Nacional do Iguaçu vem buscando diversificar as experiências de visitação e, ao mesmo tempo, envolver a comunidade local nesse processo. Por conta disso, em 2021, iniciou-se o credenciamento de condutores de visitantes observadores de aves.
O parque possui mais de 340 espécies de aves, muitas raras e ameaçadas de extinção, o que torna a atividade de “passarinhar” em Foz do Iguaçu, Serranópolis, Céu Azul e Capanema muito atrativa. Até o momento, a unidade tem 27 condutores credenciados.
Futuro
As novas perspectivas com a concessionária Urbia Cataratas S.A., responsável pela gestão turística, são de investimentos de 500 milhões de reais, nos próximos cinco anos.
Conforme o edital da nova concessão, Santos Dumont, personalidade tão importante para a criação do Parque Nacional do Iguaçu, deverá ter um espaço de memória. O local abrigará uma exposição permanente sobre a temática Santos Dumont, contando com elementos de interpretação e informações apresentadas de maneira gráfica, didática e atrativa, com o objetivo de enriquecer a visita ao PNI.
A demanda é fruto de um pedido da sociedade, que é muito grata pela atitude de Santos Dumont, um dos grandes responsáveis pela criação do parque.