Paraná prorroga situação de emergência hídrica por mais 6 meses
O governo do Paraná prorrogou por mais 180 dias o prazo de vigência do decreto que instituiu em maio a situação de emergência hídrica no estado. A decisão foi tomada devido ao agravamento da estiagem e a previsão de chuvas abaixo da média nos próximos meses.
O novo decreto, de número 6.068/20, foi assinado nesta quinta-feira (29) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Crise hídrica no Paraná
O Paraná passa por uma das maiores crises hídricas da sua história. De agosto a outubro, o regime de chuvas ficou entre 50% e 70% abaixo da média em todo estado, com uma situação ainda mais preocupante na Região Metropolitana de Curitiba. O deficit hídrico na região, onde o impacto no abastecimento público é mais grave, foi de 650 milímetros nos últimos 12 meses.
O volume menor de precipitações e o chamado empacotamento das chuvas, quando chove muito em um curto espaço de tempo, prejudicam a produção de água nos reservatórios. Até esta quinta-feira, o nível das barragens que compõem o Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e região metropolitana estava em 27,5%, um dos mais baixos de sua história.
“Vivemos uma situação bastante preocupante e as previsões não são animadoras. Fazemos mais um apelo à população para que faça uso racional da água e economize o máximo possível. Temos a META20, que propõe que cada um reduza em 20% esse consumo. Isso é fundamental para que tenhamos água nos reservatórios até a normalização das chuvas”, ressalta o diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Claudio Stabile sobre a necessidade de racionamento de água.
Desde agosto, a Sanepar passou a adotar um rodízio de 36 horas em 36 horas, dada a situação crítica dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de Curitiba.
Chuvas no estado
A previsão do Simepar para os próximos meses não é animadora. Conforme o diretor-presidente do sistema, Eduardo Alvim, é necessário de três a seis meses de chuvas regulares para a situação voltar à normalidade. No entanto, a primavera e o verão, serão mais afetadas do que o esperado pelo fenômeno La Niña, que ocasiona em menos chuvas no Sul do Brasil.
“Era esperada que a La Niña tivesse menor intensidade, mas previsões resistentes apontam que o fenômeno será mais forte. Isso não significa que não vá chover, mas é esperado menos chuva que a média, o que dificulta a regularização das bacias de abastecimento e a vasão dos rios”, explica Alvim. “Por isso, é importante a adoção de medidas de controle e equilíbrio entre a oferta e demanda de água. Leva um tempo para regular o ciclo hidrológico, para a água ser absorvida pela terra para alimentar os lençóis freáticos”, explica.