Motorista de app inova e faz bolo caseiro para vender aos passageiros, em Curitiba (PR)
À princípio, apenas mais um carro de transporte por aplicativo. “Boa noite, posso seguir o GPS?”, pergunta o motorista. O que os passageiros de Agostinho Felisbino, de 53 anos, não sabem, é que não estão sendo guiados por um motorista qualquer. No banco da frente do carro, fica uma caixa de isopor repleta de bolos caseiros feitos por Agostinho.
Ele conta que decidiu inovar e passou a vender bolo caseiro aos passageiros há poucos meses, durante a pandemia.
“Tava meio parado de corrida, aí eu tive a ideia de fazer uns bolinhos caseiros pra vender dentro do carro pra ver se aumentava a renda, pois estava muito fraco. Agora, tem vezes que eu saio com 10 bolos e vendo tudo”, contou ele, em entrevista ao RIC Mais.
Os bolos custam a partir de R$18 e os sabores variam: bolo de cenoura, de milho, de laranja, de fubá, de chocolate. Com uma plaquinha pendurada em seu banco, ele anuncia a variedade dos bolos e divulga seu telefone, afirmando que aceita encomendas. Segundo Agostinho, que trabalha como motorista de aplicativo há quatro anos, o anúncio deixa os clientes entusiasmados.
“Quando os passageiros entram no carro e veem a plaquinha lá atrás, já falam: ‘Nossa, tem bolo pra vender aqui dentro?’, e eu falo que tem. Aí, eu comento sobre os bolos. Eles acham bem bacana a ideia, muitos me dão os parabéns pela minha atitude. Eu fico feliz, fico agradecido”, afirma ele.
Contra o preconceito
Quando perguntado sobre quem faz os bolos, Agostinho fala, muitas vezes, que é sua namorada. Segundo ele, muitas pessoas poderiam não comprar se soubessem que ele é o verdadeiro chef de cozinha.
“Eu mesmo que faço os bolos. Só que eu falo que é minha namorada que faz, porque as vezes as pessoas vão pelo preconceito, ficam meio inseguras se eu falar que sou eu que faço. No começo eu falava que era eu que fazia. Mas, não tinha muito resultado”, explica.
Ele afirma, ainda, que quando diz que é sua namorada quem faz os bolos, os clientes ficam mais seguros, pois consideram que mulheres são mais caprichosas.
“Às vezes acham que o homem não faz bem feito, que não vai estar bom o bolo. Acredito que seja preconceito”, conta.
Agostinho afirma, no entanto, que não liga. Para ele, o importante é que os clientes saiam satisfeitos.
“Quando as pessoas experimentam o bolo, mandam mensagem falando que estava uma delicia e que vão pedir de novo. Com isso, eu tô vendendo, não ligo muito”, finaliza.