Londrina completa 87 anos com curiosidades em sua história; confira a lista

Publicado em 10 dez 2021, às 06h21. Atualizado às 11h08.

87 anos, no dia 10 de dezembro de 1934, Londrina, no norte do Paraná, tornava-se um município. Sua história, porém, começa ainda no século XIX, com a gradual ocupação das terras do norte do Paraná. Migrantes e imigrantes enxergaram, na terra roxa, oportunidades de prosperarem em seus sonhos. A “Pequena Londres”, então, se tornou espaço de encontro para diversas culturas.

Com tantas pessoas reunidas, a cidade é praticamente uma fábrica de histórias. Muitas chamam atenção pelos detalhes curiosos, enquanto outras se tornaram ícones, chegando até a se tornarem dúvidas populares. Para comemorar o aniversário de Londrina, o RIC Mais selecionou algumas dessas histórias para te contar.

1. O relojão continua sendo monitorado

Se você andar no centro da cidade e olhar para cima, provavelmente vai enxergar o relojão do Edifício América, localizado na Avenida Rio de Janeiro. Com 6,5 metros de comprimento por 6,5 metros de altura, o aparelho foi inaugurado na década de 1960. Desde 1972, o responsável pelas visitas para monitorar o tic-tac era somente Tetsuo Ueda. A partir do começo da pandemia do novo coronavírus, o trabalho passou a ser oficialmente do seu filho, Carlos Ueda.

O relojoeiro conta que as visitas ao topo do edifício são mensais, para lubrificar e limpar as engrenagens. Os ponteiros, de 3 metros e 2,8 metros são feitos de alumínio. Um problema frequente que Ueda tem enfrentado são as ventanias constantes que a cidade vem recebendo e que insistem em desregular o horário.

Vista da Avenida Rio de Janeiro para o relojão. (Foto: Reprodução/Google Street View)

2. Dá para pescar no Igapó?

Pelos registros, sim. E dos grandes. Em 2008, um homem, que na época tinha 53 anos, pescou uma carpa gigante. Em janeiro daquele ano, Gene Autri Furquin contou ao jornalista Luciano Augusto, da Folha de Londrina, que fisgou uma carpa de 20 kg. O peixe estava nas margens do Lago Igapó I. O homem relatou ao jornal que precisou até entrar na água para colocar até o punho na boca do animal, agarrar as guelras e matá-lo asfixiado. Parece história de pescador, e pode até ser. A foto se perdeu nos arquivos do jornal e sobrou apenas o registro em forma de texto.

Lago Igapó I, local onde o pescador teria fisgado uma carpa de 20 kg. (Foto: Divulgação/Sercomtel)

3. Por que a estufa do Jardim Botânico não funciona?

Quem visita o Jardim Botânico de Londrina pode já ter se perguntado: o que houve com a estufa? A estrutura de vidro salta aos olhos dos turistas, mas não possui espécies de plantas alojadas e não permite que as pessoas entrem. O motivo para essa interdição aconteceu logo no início.

Na inauguração, em 2008, a estufa passou por um problema na estrutura. Com o calor, alguns vidros instalados nela não resistiram e caíram. A empresa responsável pela obra foi notificada e o caso virou briga judicial. Desde então, não foi possível consertá-la. A segunda parte do projeto para o ponto turístico nunca foi concluída.

Sandra Moya, chefe regional da Casa Civil em Londrina, informou que há possibilidade de privatização do Jardim Botânico, que, até então, é responsabilidade do Governo do Estado. Será divulgada, no início de 2022, uma tratativa para que empresas interessadas se inscrevam no edital. Com isso, há expectativa para que sejam construídos atrativos.

Alguns vidros acabaram caindo com o calor, logo após a inauguração da estufa. (Foto: Bruna Melo)

4. O significado do nome Zerão

Palco de diversos eventos, a Área de Lazer Luigi Borghesi, mais conhecida como Zerão, carrega este apelido por um motivo simples: seu formato. De cima, o espaço parece um grande zero formado pela pista de caminhada. O local conta também com o Anfiteatro Jonas Dias Martins, inaugurado em 1988 aos pés da escadaria.

Por falar em escadaria, neste ano, ela registrou uma briga inusitada. Dois homens acabaram feridos depois de um desentendimento que permanece com motivo desconhecido. O que chamou atenção nas imagens gravadas foram os itens usados pelos envolvidos: um facão e uma corrente.

5. Escultura polêmica

Foram três anos para que o artista Henrique de Aragão concluísse a escultura “Cristo Libertador”, em 1975. Ela foi encomendada pelo pároco da Igreja Matriz de Colorado, também no norte do Paraná. Entretanto, a obra foi parar na Universidade Estadual de Londrina (UEL), após muita confusão.

Os 380 kg de latão e aço distribuídos em 4,5 metros de altura chegaram à rotatória do Centro de Ciências Humanas (CCH), depois de sofrer rejeição de alguns moradores de Colorado. Eles se sentiam ofendidos, de alguma forma, por ela. Isso porque Cristo foi representado de braços abertos e com o Espírito Santo, no formato de uma pomba, cobrindo sua nudez.

Mesmo com a recusa da cidade que foi encomendada, a escultura foi bem aceita no UEL. Ela permaneceu instalada por muitos anos, até que outro motivo a retirou de lá e a fez ser levada para Ibiporã, como explica Solange Batigliana, diretora de patrimônio artístico e histórico-cultural da Secretaria Municipal de Cultura.

“Houve toda uma polêmica, uma celeuma, se esse monumento deveria estar ou não em uma universidade que é laica. Isso gerou uma séries de questões até que a universidade, em decisão com os seus conselhos decidiu, que essa imagem seria tirada de lá”,

conta Solange Batigliana.
A escultura “Cristo Libertador” ficou, por anos, na UEL. (Foto: Reprodução/Youtube Secretaria de Cultura e Turismo de Ibiporã)

Com a população atual de 575.377 habitantes, Londrina não deixa de surpreender. Todos os dias, novas histórias são registradas em cada uma de suas regiões. E mesmo depois de 87 anos, a cidade continua sendo lar para diferentes tipos de pessoas, sendo londrinenses de nascença ou não.