Urso-polar pode ser extinto até 2100, afirma estudo canadense

Publicado em 22 jul 2020, às 14h59.

As mudanças climáticas e aumento de temperatura provocam degelo, e não é novidade que essas mudanças acabam afetando todo o ecossistema, principalmente no polo norte. De acordo com os pesquisadores, se as emissões de efeito estufa continuarem desenfreadas, até 2100 o Urso-Polar pode ser extinto, de acordo com pesquisa publicada pela revista científica Nature Climate Change.

No ártico, as temperaturas podem chegar até -40°C no inverno, porém com o aquecimento global, que afeta duas vezes mais a região do ártico que o resto do planeta, os blocos de gelo demoram cada vez mais para se formar, o que reduz a quantidade de focas na região, principal fonte de gordura corporal do Urso-Polar.  

Com o seu habitat comprometido, o Urso-Polar busca abrigo em regiões distantes e desconhecidas para a espécie, fora da sua zona de conforto o animal está em perigo, já que muitas vezes eles acabam entrando em áreas habitadas, o que pode gerar um excesso de estresse para o animal, isso quando não são abatidos por caçadores ilegais.

foto: Annie Spratt

Urso-Polar pode ser extinto em decorrência do aquecimento global

Em um ciclo onde o Urso-Polar se encontra com a massa corporal normal, ele pode aguentar até 200 dias de jejum, porém se estiver 20% abaixo do seu peso ideal, o número cai para 125 dias, e com o aumento do tempo para formar as geleiras, ter um número reduzido de dias de jejum pode ser catastrófico para a espécie.

Hoje existem aproximadamente 25 mil ursos-polares distribuídos em 19 subpopulações ao redor do mundo. O estudou analisou 13 dessas subpopulações e concluiu que pelo menos 12 delas devem ser dizimadas em 80 anos, se não conseguimos segurar o avanço do aquecimento global. De acordo com a pesquisa ainda não há dados suficientes para determinar o destino das outras seis subpopulações.

“Se de alguma forma mágica as camadas de gelo pudessem ser mantidas, mesmo com o aumento da temperatura, os ursos-polares estariam bem. O problema é que seu habitat está literalmente derretendo”, afirmou Steven Amstrup, principal autor do estudo.

Mesmo que as emissões sejam reduzidas e o aquecimento global seja limitado, o estudo estima que essa redução apenas adiaria a extinção da espécie, sendo assim é quase inevitável salvar o Urso-Polar desse desastroso fim.

O desafio de manter a subsistência da espécie do urso-polar é conhecido há muito tempo pela comunidade científica, porém, só agora foi traçada uma linha do tempo relacionada à provável extinção da espécie.