Rio Grande do Sul: saiba como tratar as doenças em animais após enchente

Algumas doneças podem ser transmitidas entre as espécies animais e os seres humanos

por Jessica de Holanda
com supervisão de Scheila Pessoa
Publicado em 13 jun 2024, às 20h15.

As fortes chuvas do Rio Grande do Sul, além de atingirem a população, afetam os animais expostos à água contaminada. Uma das principais situações de alerta são as doenças infecciosas, e médicos veterinários alertam sobre os cuidados dos bichinhos.

As doenças em animais podem ser diversas
Após o resgate, uma avaliação deve ser feito no animal (Foto: Shutterstock)

A médica veterinária Luciana Salini Abrahão Pires, professora do Centro Universitário UniBrasil, enfatiza que, além das doenças próprias de cada espécie, muitas podem ser transmitidas entre as espécies animais e os seres humanos. São as chamadas doenças zoonóticas ou zoonoses.

Assim, algumas das preocupações incluem doenças como leptospirose, doenças diarreicas agudas, cólera, difteria, Hepatite A, toxoplasmose, infecções respiratórias e de pele, e verminoses.

Transmissão de doenças entre espécies 

Contudo, a veterinária, acrescenta que os animais também são vítimas e estão expostos a diversos agentes infecciosos como leptospirose, toxoplasmose, esporotricose, giardíase, verminoses, tétano, doenças de pele, além de doenças infecciosas virais.  

“Algumas doenças possuem ciclos de transmissão entre animais da fauna silvestre, ou entre animais da área rural. Nestas condições de enchentes, temos o deslocamento dos animais, propiciando uma transmissão de diversas doenças entre as espécies”, explica. 

Assim, mesmo aqueles que os resgataram precisam cuidar da presença de pulgas, piolhos e carrapatos.

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“Devido às condições de abrigo com grandes quantidades de animais, devem ser tomados cuidados com parasitos externos e com ácaros causadores de sarnas, uma vez que são transmitidas pelo contato direto com os animais ou das camas que podem alojar estes microrganismos. A escabiose é uma sarna que acomete animais e também os seres humanos”, ressalta. 

Medidas de prevenção 

Tanto para humanos quanto para os animais, existem medidas preventivas, como a administração de vacinas.

“É o caso da Raiva para cães e gatos e da leptospirose para cães. Os gatos podem ser acometidos pelo vírus da Leucemia Viral Felina, a FelV, uma doença que leva o animal à queda da imunidade ficando vulnerável a outras doenças, e que também pode ser prevenida com vacina específica“. explica a professora do Curso de Medicina Veterinária.

As doenças em animais podem ser diversas
A vacinação é essencial nestes momentos (Foto: Shutterstock)

Cuidados para proteger os animais de doenças

O médico veterinário André Reis, lista os principais cuidados para proteger e salvar os animais em casos de chuvas fortes e possíveis enchentes. 

  • Ter os animais com vacinação em dia;  
  • Ter um plano de evacuação, com coleiras e caixas de transporte;  
  • Ter dispositivos de identificação dos animais, como placas em coleiras ou microchipagem, além de kits de alimentos e medicamentos sempre de fácil acesso.  

Pós-resgate 

As medidas iniciais, devem ser feitas avaliando o animal em relação à presença de ferimentos visíveis que necessitem de intervenções imediatas. Em seguida, veterinários precisam examiná-los para investigar possíveis doenças infecciosas que possam colocar o animal em risco e também para evitar a proliferação de doenças a outros animais e aos seres humanos.

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