Projetos da UEL estudam a extinção das abelhas no norte do Paraná
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) conta com projetos que analisam o comportamento e o risco de extinção das abelhas no Estado, fundamentais para a produção de alimentos.
Quem se dedica às pesquisas é a professora do Departamento de Biologia Geral, do Centro de Ciências Biológicas da UEL (CCB), Silvia Helena Sofia, junto de 10 estudantes de pós-graduação e graduação da Universidade, que fazem parte do Laboratório de Genética e Ecologia Animal (LAGEA).
Abelhas de orquídeas
Essa espécie de abelha tem hábitos solitários e é uma das poucas que polinizam as orquídeas. Silvia, junto dos estudantes que fazem parte do projeto, cataloga as abelhas de orquídeas em regiões de Mata Atlântica remanescente e reflorestada.
Essa pesquisa é um sub-projeto do PELD-MANP (Projeto Pesquisas Ecológicas de Longa Duração na Mata Atlântica do Norte do Paraná), criado para ter longa duração e coordenado pelo também professor do CCB, José Marcelo Torezan.
“O objetivo é avaliar se essas abelhas perderam diversidade genética com o avanço da ação humana. O processo de desmatamento foi muito rápido e isso interferiu na qualidade dos insetos, por colocarmos plantações de monocultura sem áreas florestais por perto.”
explica a professora.
Vespas
Elas são importantes polinizadoras e predadoras para o ecossistema. A professora e os estudantes capturam espécies de abelhas e vespas usando armadilhas de bambu.
Esse também é um subprojeto integrante do PELD-MANP, que tem como objetivo estudar a genética dos animais.
Abelhas e a produção de café
Uma terceira pesquisa da professora estuda o papel das abelhas nas plantações de café do norte do Estado. Embora as plantações não precisem delas para realizarem a polinização, pesquisas indicam maior eficácia em cafezais polinizados por abelhas.
A professora explica que esses insetos estão sumindo das plantações devido ao desmatamento e a monocultura. Enquanto isso, uma nova espécie de abelha vem aparecendo: a abelha-europeia.
“Cremos que é porque ela consegue voar mais longe, já que não há regiões de floresta próximas das plantações. As outras espécies não conseguiriam, então a abelha-europeia está se consolidando. Aproximadamente 90% das espécies em cafeeiros são dessas abelhas.”
ressalta Silvia.
Esse projeto é feito em parceria com a Universidade Federal do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).