Projetos da UEL estudam a extinção das abelhas no norte do Paraná

por Ana Clara Marçal
com informações da Agência Estadual de Notícias
Publicado em 15 jun 2021, às 15h17.

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) conta com projetos que analisam o comportamento e o risco de extinção das abelhas no Estado, fundamentais para a produção de alimentos.

Quem se dedica às pesquisas é a professora do Departamento de Biologia Geral, do Centro de Ciências Biológicas da UEL (CCB), Silvia Helena Sofia, junto de 10 estudantes de pós-graduação e graduação da Universidade, que fazem parte do Laboratório de Genética e Ecologia Animal (LAGEA).

Abelhas de orquídeas

Essa espécie de abelha tem hábitos solitários e é uma das poucas que polinizam as orquídeas. Silvia, junto dos estudantes que fazem parte do projeto, cataloga as abelhas de orquídeas em regiões de Mata Atlântica remanescente e reflorestada.

Essa pesquisa é um sub-projeto do PELD-MANP (Projeto Pesquisas Ecológicas de Longa Duração na Mata Atlântica do Norte do Paraná), criado para ter longa duração e coordenado pelo também professor do CCB, José Marcelo Torezan.

“O objetivo é avaliar se essas abelhas perderam diversidade genética com o avanço da ação humana. O processo de desmatamento foi muito rápido e isso interferiu na qualidade dos insetos, por colocarmos plantações de monocultura sem áreas florestais por perto.”

explica a professora.
(Foto: Arquivo/COMUEL)

Vespas

Elas são importantes polinizadoras e predadoras para o ecossistema.  A professora e os estudantes capturam espécies de abelhas e vespas usando armadilhas de bambu.

Esse também é um subprojeto integrante do PELD-MANP, que tem como objetivo estudar a genética dos animais.

Abelhas e a produção de café

Uma terceira pesquisa da professora estuda o papel das abelhas nas plantações de café do norte do Estado.  Embora as plantações não precisem delas para realizarem a polinização, pesquisas indicam maior eficácia em cafezais polinizados por abelhas.

A professora explica que esses insetos estão sumindo das plantações devido ao desmatamento e a monocultura. Enquanto isso, uma nova espécie de abelha vem aparecendo: a abelha-europeia.

“Cremos que é porque ela consegue voar mais longe, já que não há regiões de floresta próximas das plantações. As outras espécies não conseguiriam, então a abelha-europeia está se consolidando. Aproximadamente 90% das espécies em cafeeiros são dessas abelhas.”

ressalta Silvia.

Esse projeto é feito em parceria com a Universidade Federal do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).