Picadas de cobra viram problema mundial; OMS alerta falta de antídoto
Muitos países têm problemas para ter acesso a antídotos de venenos de cobra
As picadas de cobra estão se tornando um problema mundial ainda mais grave. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o clima está afetando a situação de vários países que tem problema de acesso a antídotos.
A cada ano, cobras venenosas picam cerca de 2,7 milhões de pessoas. Cerca de 138.000 morrem.
— Uma pessoa morre por picada de cobra a cada quatro a seis minutos — afirma David Williams, especialista em picadas de cobra da OMS, a repórteres em Genebra, na Suíça.
Além disso, cerca de 240.000 ficam com deficiências permanentes, segundo o especialista. O veneno da cobra pode causar problemas como paralisia que impede a respiração, distúrbios hemorrágicos, insuficiência renal irreversível e danos aos tecidos que podem causar incapacidade permanente e perda de membros.
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Falta de estrutura para picadas de cobra
A maioria das vítimas de picadas de cobra vive nas regiões tropicais e mais pobres do mundo. Inclusive, as crianças são as mais atingidas pelo tamanho do corpo.
Um grande problema, segundo Williams, era que algumas regiões do mundo não tinham tratamentos seguros e eficazes disponíveis. Por exemplo, a África Subsaariana tem acesso a apenas 2,5% dos tratamentos que estima necessitar. Muitas empresas que produziam antídotos desde a década de 80 pararam a produção em 2019.
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A Índia é o país mais afetado do mundo, com cerca de 58.000 pessoas morrendo devido a picadas de serpentes todos os anos.