Cientistas acham nova espécie de crocodilo gigante que viveu em São Paulo
Pesquisadores acabaram de identificar uma nova espécie de crocodilo que conviveu com dinossauros no interior de São Paulo durante o Cretáceo, há pelo menos 66 milhões de anos. O réptil, batizado de Titanochampsa iorii devido ao porte avantajado, foi reconhecido com base em um fóssil de parte do crânio achado pela primeira vez na década de 1950, em Monte Alto, na região de São José do Rio Preto.
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O tamanho do animal foi calculado em até 7 metros, o que o torna o maior crocodilo do Neocretáceo brasileiro, por isso o gigante ganhou o apelido de “Terror das Águas”. A partir desta sexta-feira, 16, o fóssil ficará exposto ao público no Museu de Paleontologia de Monte Alto.
Autor principal de um artigo científico sobre a descoberta que foi publicado em edição recente da revista internacional
Historical Biology, o paleontólogo Thiago Schineider Fachini, do Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), explicou que o Titanochampsa tem características distintas dos crocodiliformes fósseis já encontrados do Período Cretáceo.
“A conclusão de que é uma espécie nova resulta de uma análise da morfologia geral do crânio de Titanochampsa, tendo sido observadas feições inéditas, permitindo a definição de que se trata de uma espécie ainda não registrada do Cretáceo brasileiro”, disse.
A pesquisa vai prosseguir na tentativa de estabelecer os parentescos e o contexto paleoambiental do novo crocodiliforme – as condições do ambiente em que o animal vivia. Titanochampsa significa “crocodilo titânico”, uma alusão ao seu grande porte e por ter sido confundido com titanossauro por muito tempo. O epíteto específico “iorii” é uma homenagem ao pesquisador Fabiano Vidori Iori por seus trabalhos na região de Monte Alto e pela prévia identificação do material.
Por José Maria Tomazela / Estadão Conteúdo