Cachorro mora no cemitério há 10 anos, desde a morte de sua dona

Publicado em 9 set 2019, às 00h00.

A história de ‘Bob Coveiro’ tem chamado a atenção de quem vai até um cemitério em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Tudo porque o cachorro mora no cemitério há dez anos, desde que sua então dona morreu e foi sepultada ali. (Assista reportagem abaixo)

Funcionários do local contam que a família da mulher até tentou levar ele de volta para casa e por, pelo menos três vezes, buscou o cão, mas dias depois ele sempre reaparecia no cemitério

Cachorro que mora no cemitério esperou pela volta da tutora

Para o veterinário Maurio Lantzaman, nos casos em que o cachorro passa a viver no cemitério após a morte do dono o que acontece é que ele espera a volta do amigo. “Eu acredito que, inicialmente, o que acontece é que ele está ali esperando o tutor. Ele tem uma relação, pois foi o último lugar que ele viu [a dona]. Então, ele fica lá esperando”, explica. 

Como o passar do tempo, no entanto, Lantzaman acredita que os cães resolvem ficar porque são muitas vezes bem tratados no local. “O que eu acredito, é que as pessoas vendo aquela cena começam a sentir pena ou algum sentimento, vão projetando que o animal tá sofrendo e começam a dar comida, alimentar, fazer carinho. Então, ele vai se acomodando aquela situação e daí vai ficando”. 

Bob Coveiro agora trabalha no cemitério

E foi exatamente o que aconteceu com o ‘Bob Coveiro’ que ganhou nome, afeto e até uma casinha. Agora, segundo a nova família do cão, o cachorro passa os seus dias acompanhando tudo o que acontece no cemitério. “Ele acompanha tudo, o dia a dia, as exumações, os sepultamentos, ele é educado, brinca com as crianças”, conta um dos tutores do animal. 

Bob Coveiro vê tudo o que acontece no cemitério. (Foto: Reprodução/RICTV)

Cães entendem a morte? 

O veterinário ainda explica que os cachorros passam por um processo de luto, mesmo que não atendam a morte como os seres humanos.“Ele está em processo de luto, luto entendido como a experiência de um ser vivo que perdeu o outro e que percebe essa perda essa ruptura. Fica deprimido como uma resposta à ausência de quem ele tem o vínculo”, diz Lantzaman. 

Assista à reportagem completa:

O veterinário também conta que o cachorros sabem até diferenciar quando o tutor sai para voltar logo ou quando irá demorar.