Adoções de animais de estimação aumentam durante a quarentena

Publicado em 31 jul 2020, às 20h10.

A pandemia do novo coronavírus trouxe muita coisa ruim, mas também muitos aprendizados e legados positivos. Nesta parte positiva está o fato de que as adoções de bichinhos de estimação aumentaram. Muita gente tem buscado a companhia destes amiguinhos durante o isolamento. Mas é importante saber que é para sempre, viu?

A maquiadora Mariana Vitorino estava em busca de um irmãozinho para sua cachorrinha Cacau. Durante a quarentena, ela teve a deixa que precisava. “Vendo a rede social, sempre acompanhamos a ONG que adotamos a Cacau, vimos o Nescau. Foi amor à primeira vista”, disse.

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Foto: Lucas Sarzi.

Mariana adotou um cachorro que foi resgatado pela Delegacia do Meio Ambiente. Neste momento em que poderia ser ainda mais difícil conseguir um novo lar, Nescau teve a sorte grande. “É maravilhoso ver como ele estava e a alegria que ele tem hoje. Não tem como descrever, o amor é enorme”.

A oportunidade também bateu à porta da jornalista Rafaela Malucelli. Ela já tinha vontade de adotar há muito tempo, mas foi na quarentena que percebeu que era o momento.

“Quando veio a pandemia, saímos de São Paulo e viemos para a casa da minha família aqui no litoral do Paraná e estamos morando aqui. Foi o grande momento. Olhei o anúncio de uma ninhada no facebook e vi que não tinha melhor momento”, contou Rafaela, que adotou o Bento.

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Foto: Arquivo Pessoal.

Adoção de cãozinho em Araucária viralizou na internet

No caso da também jornalista Gabriela Rocha, a adoção da Belinha, que veio para fazer companhia para a pequena Julia, de oito anos, viralizou e bombou. A mãe postou o vídeo nas redes sociais e teve mais de 15 milhões de visualizações.

“Meu pai chegou com o cachorrinho e falou para filmar, achei que ela iria se assustar, mas ela teve uma reação muito emocionante. Postei e o vídeo explodiu, tomou uma proporção gigante”, contou Gabriela.

Julia, que estava triste porque é do grupo de risco por ter asma, viu na nova amiga o escape que precisava. Ela encontrou em Belinha a melhor amiga para enfrentar, do jeito dela, o mais puro possível, o momento ruim que estamos vivendo.

“Antes eu estava bem tristinha, sem nada para fazer, muito viciada no celular. Agora saio do celular e fico com a Belinha. Estou mais feliz, brincando com ela”, disse a menina.

Adoção precisa ser responsável!

Mesmo com os números das adoções de animais aumentando na quarentena, os veterinários e protetores alertam: os animais vão viver muitos anos, por isso é preciso pensar bem antes de adotá-los. Não adianta adotar hoje para abandoná-los amanhã.

“As pessoas estão mais dentro de casa, estão tendo mais tempo livre, estão mais solitárias, então elas querem a companhia de um animal. Nós ficamos felizes com isso, mas ficamos preocupados com o pós quarentena, com a responsabilidade das pessoas com relação a estas adoções. As pessoas precisam pensar se querem, realmente, ter um cão em suas vidas por toda a vida daquele cão”, alertou a veterinária Cláudia Terzian.

Em Curitiba, o Centro de Referência para Animais em Risco, o Crar, tem muitos cães e gatos esperando por um novo lar. “Muitos deles são muito especiais. Temos cães que são amorosos, tranquilos, festeiros, brincalhões. De fato ter um cão em nossa vida melhora até a nossa saúde. A gente torce muito para que as pessoas venham adotar, todos os animais são castrados, vacinados, a gente só cobra a responsabilidade em cuidar bem do animal depois”.

Para adotar um cãozinho ou um gatinho, a pessoa pode entrar em contato direto com o Crar, que atende todos os dias, pelo telefone (41) 99963-0233. O Crar fica na CIC e é possível até mesmo agendar um horário para visitar os animais.